Trenzinho Emocionante
18/10/07
Trenzinho Emocionante
Em um parque de diversão, havia vários brinquedos de todos os modelos e velocidades e para todos os tipos de idade. Montanhas russas gigantescas e super-velozes, de arrancar lentes de contato dos olhos. Diversão para quem quisesse. Para qualquer desejo de emoção.
Observando as montanhas russas, a vontade de subir, descer e de ficar de cabeça para baixo era grande.
Qual seria a reação dela?
Seria uma emoção inesquecível? Provavelmente sim, para ela que gosta tanto de se aventurar. Então, só experimentando.
Mas tinha de pensar, a princípio, já que estava na companhia de sua mãe e tia, num brinquedo mais suave e leve, do tipo o trenzinho que acabara de ver. ´”É esse”, pensou. Mesmo porquê elas nunca passaram por experiências emocionais tão fortes como as de uma montanha russa. Provavelmente passariam mal e a culpa seria toda sua.
Abandonou, momentaneamente, seu desejo da montanha russa para acompanhar sua mãe e tia no trenzinho. Adiou a diversão de pura adrenalina para quando estivesse sozinha ou com um parceiro com o mesmo sentimento aventureiro.
Avistou um trenzinho muito simpático, cheio de crianças e adolescentes. Foi logo comprando o bilhete. De qualquer forma, não entendeu por quê precisaram fazer exame de pressão e foram indagadas se tinham algum problema no coração. “Essa empresa é muito exagerada nos seus cuidados”, pensou.
No começo, um leve ziguezague. De repente, virou um furacão, deixando as duas senhoras apavoradas, e a jovem com medo de um castigo por “tê-las enganado”.
A jovem aventureira perdeu suas lentes de contato pelo impacto do vento e da velocidade e dos loopings. Sem as lentes de contatos, ficaria cega, sem chance para voltar para casa.
Rezou, pedindo a Deus para encontrar suas lentes, quando percebeu que elas se encontravam entre seus cílios, agradecendo imediatamente a Deus. Sentiu-se aliviada, mas com muito medo da tia e da mãe.
O temor dela foi confirmado. “Passaram-lhe aquele sermão”, que tinha escolhido o brinquedo de propósito, que tinha ido naquele brinquedo para satisfazer seu próprio desejo de ir a uma montanha russa e não querer ir sozinha, que expôs a vida delas a risco, etc, etc, etc.
Ela jurou não ter sido sua intenção, considerando ser realmente um trenzinho. Ao qual a tia retrucou: “trenzinho, sim, mas muito maluco para o nosso gosto. Estamos tontas, cansadas, com vertigem, nem nos sustentamos em pé. Muiiiito emocionante mesmo”.
XXXI Concurso Internacional Literário
Classificada 8º lugar Adriana Quezado