UMA CARONA DIFERENTE

Quando fiz o vestibular, nossos quatro filhos eram uma linda escadinha. 

Todos pequenos, já que em apenas cinco anos nasceram todos.

Como Franco resolveu estudar, resolvi então, pra não ficar pra trás, aceitar esse desafio. E, me fui...

Estudei como  uma danada...

Durante o dia, eram  as correrias e cuidados com eles e à noite, enquanto os anjinhos dormiam, nós íamos para as aulas...

A pessoa que cuidava deles  ficava ali apenas à noite naquelas horinhas e pedia que os deixassem prontinhos, de preferência dormindo... Assim era bem mais fácil: - pra  ela!!

Bem, como boa teimosa que sou, fui até o fim, e de modo até brilhante me formei. 

A tese, foi realizada  em pracinhas de brinquedos, parquinhos, onde levava as feras pra brincar e ficava estudando e escrevendo.

Após a formatura, veio aquele início, onde tu deves pegar o que vem pela frente e agradecer...

Sempre tive a mania de ser solicita com as pessoas e tratá-las gentilmente.

Meus clientes eram  tratados como devem ser, do jeito que realmente esperamos que façam conosco, mas infelizmente não encontramos. Tratava-os com atenção e gentileza.

Bem, em meio à esse início de carreira, havia em nossa casa uma novata também: uma cachorrinha, a Bolinha que ainda não estava acostumada a ficar sozinha em casa. 

Chorava, se estribuchava toda e então, com pena e pra não ser corrida da rua pelos vizinhos, resolvia o problema levando-a sempre comigo, no carro.

Ela em geral se comportava conforme manda o figurino...

Porém , num dia em que, saíndo do Fórum, com minha cliente, vendo que ela estava sem condução, resolvo oferecer uma gentil carona...

Lógico que foi aceita de pronto.

Chegamos ao carro. Ao abrir a porta e jogar minhas pastas no banco de trás, dei uma olhada e vi o que esperava a pobre caroneira...

Bolinha, tão educada, "filha mais nova de uma família de pessoas educadas", resolveu, logo naquele dia e hora, fazer suas necessidades nº 2 ali, no  lugar da carona.

Sempre fui bastante espirituosa e então, dei uma volta no carro, sem que ela visse, peguei um papel, joguei aquele cocô pra fora do carro , limpei um pouco o banco e abri a porta: Pode entrar!!!

Porém, o adorável perfume continuava e , não dando mais pra esconder, caímos as duas na maior risada...(Chica)


Rejane Chica
Enviado por Rejane Chica em 07/08/2008
Reeditado em 10/08/2008
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