A verdade nunca morre...
Na chegada, Ana, 5 anos mais velha, olhara todos ao redor da sala de estar, e em uma fração, como um raio cheio de luzes coloridas, percebe seu estômago – há um turbilhão de calafrios subindo em direção ao seu peito, fica apertado, mal consegue disfarçar, e, logo cumprimenta seu primo “Fred”, é o primeiro de todos. De cabeça entre-baixa e desviando o olhar saudoso e cheio de expectativas diz:
__ Olá Fred!
__ Olá Ana!
__ Puxa, está mais alta, e seus olhos parecem mais verdes.
__ Que nada! – disse Ana. Apenas cresci.
__ Sim, eu percebi – deram risadas entre si. Ainda com tom de graça e apontando o dedo, Ana diz: __Mas você também está mais alto, e com barba.
Pede licença, cumprimenta seus tios e familiares por pura educação e sai em direção a seu quarto. Ao chegar, para em frente a porta de tons claros, suaves como a menina que fora antes, lembra-se de tudo, é um filme que passa em sua cabeça, ergue-se um belo sorriso e abre a porta. Observa, senta-se sobre a cama, sente seu cobertor preferido, se depara com suas bonecas, olha para as paredes e vê seus quadros de menina, tudo está intacto como quando saiu. Não demonstra afeto. Desfaz as malas, enquanto guarda suas roupas de mulher, observa na gaveta entre aberta parte de um papel azulado, o puxa, percebe ser um bilhete, lê… Ana sem expressão facial, sente que uma lágrima pode escorrer pelo seu rosto. Enxuga naturalmente a breve humidade. Concentrada pelo que leu, leva um súbito susto! - Bate a porta. -
__ Quem é? – diz Ana.
__ Sou eu, Fred!
__ Entre.
__Oi Ana…
__Oi.
__Você se sente bem?
__ Sim, (com a voz embargada) apenas estou guardando as minhas roupas.
Fred, sem palavras, olha ao chão, vê o papel azul jogado e amassado com certa raiva, olha a gaveta e está aberta. Entende tudo…
- Logo dispara:
__ Eu ia te contar!
__ Contar? Você esperou 5 anos pra me contar?
__ Não! Isso aconteceu há dois anos, no auge das mensagens que você me mandava, exatamentequando disse não ter certeza se iria voltar. Me desesperei, o meninos do clube me chamaram pra sair, eu fui, bebi demais, conheci a Clara, e, naquele momento me encantei, me apaixonei por ela, nunca tinha tocado outra garota até então, aquilo foi mágico…
__ Por que então, você continuou a me responder depois disso? – disse Ana.
__ Por quê? Ana! Você foi a pessoa que mais amei, não sabia como seria ficar sem você, e também, confesso: porque fui covarde! Não respeitei seus sentimentos, eu sei.
__Fred! Eu te amo!
__ Eu sei, eu também, mas…
__ Mas o quê?
__ Agora eu sou um homem, homem responsável.
__ E o que você quer dizer com isso, eu já sei, sou responsável assim como você é?
__ Ana! eu tenho um filho!
__ O quê? Um filho? Mas não pode! Vocês…
__ Sim, e agora lhe devo cuidados, assistência nas horas difíceis, como um pai de verdade, isso quer dizer: ser um pai! Ana, como o que eu não tive. - Silêncio -
Ana não se contenta, se faz de forte, mas cai aos prantos enlouquecidamente como a menina de 15 anos que foi estudar na França. Diz: __ Saia! Não me olhe assim, você não precisa me ver mais infeliz do que já estou! Vá, e não volte nunca mais. Fred respeita, agaixa-se, pega o papel azul colocando-o no bolso e sai do quarto com os olhos enxacados.
Passam-se 2 anos. Maduros, Ana e Fred se reencontram em um bar que costumavam ir com frequência, reconciliam, ele, por sua vez, explicita o fracasso de um casamento feito por uma breve paixão imatura e adolescente, forçada por uma criança, da qual, amará sempre ao lado de Ana.