A CHUVA
Naquele dia logo ao amanhecer, quem olhava para o céu, podia ver que a natureza estava um tanto mudada.
Havia no ar um quê bem diferente, tavez um pouco mais de frescor.
No firmamento podia-se notar que rabiscos esbranquiçados desenhavam algumas coisas bem parecidas com ondas do mar. Eram sinais de que a seca devastadora poderia chegar ao fim.
À medida que o sol foi aparecendo os leves sinais no céu foram aumentando.
Era comum ver pessoas olhando para cima desejosos de que tudo aquilo se transformasse em água e caísse para molhar a terra que estava tão seca.
E o tempo foi passando.
Quando a tarde começou a cair, já não restavam mais dúvidas de que aquele dia seria o final. E as núvens foram engrossando e o céu escurecendo.
Quando o sol já estava para esconder, podia-se ouvir ao longe ruídos de trovões que aumentavam gradativamente seus rumores. E o céu continuava escurecendo.
Já no começo da noite acompanhando os trovões, também os relâmpagos davam início a um espetáculo que há muito tempo não se via.
Os trovões eram músicas e os relâmpagos se encarregavam de exibir o bailado que só a natureza podia ter ensaiado.
De repente gotas de chuva graúdas começavam cair. E foi aumentando, aumentando até tomar conta de tudo. Era água era chuva. E choveu quase a noite inteira.
No outro dia logo que amanheceu ouvia-se no cantar dos passarinhos, que assim como as pessoas sentiam-se felizes por perceber a terra molhada.
O pequeno rio já não estava seco, no seu leito corria água pura e límpida.
Nos galhos secos da vegetação ribeirinha, borboletas coloridas apresentavam suas danças anunciando o começo de uma nova vida.
A terra agradecida soltava do seu interior aquele cheiro forte como quem quisesse dizer,"estou pronta novamente para refazer a vida".
E o tempo foi passando e aos poucos tudo foi ficando verde novamente e com esse verdor esquecia-se lentamente o que já havia passado.
A vida estava de volta, pena que nesse círculo vicioso tudo poderia acontecer novamente.
A SECA!