Caminho...

Muitas vezes ele se perdeu pelo caminho, se perdeu tão profundamente que quase não se encontrou. Ele procurava, olhava seus olhos no espelho, mas não o via, não era ele, ele não estava lá, viajava em outra dimensão, em outro plano, não ele não havia morrido ainda, apenas havia se perdido, dentro da escuridão do seu mundo.

Um mundo que ele havia escolhido, ninguém o levou, foi porque acreditou que era certo, acreditou que poderia ser feliz, acreditou e seguiu em frente, porém no meio deste caminho se deu conta de que estava em apuros, aquele não era o seu lugar.

Descobriu então que o abismo é um lugar muito triste e, como doeu em seu coração perceber que estava dentro dele. De repente se viu ali diante de uma pessoa que não era ele, sim se parecia com ele, tinha seus traços, seu sorriso, também chorava como ele. Aliás, guardava dentro de si o choro, o prendia em seu peito e sofria com isso.

Mas o seu verdadeiro eu estava lá tentando sair, tentando com todas as forças encontrar a luz, a luz que tanto sonhou, a luz que iluminaria para sempre a sua vida, talvez algum dia ele pudesse encontrá-la.

Mas para isso teria que abrir mão de coisas externas e de pessoas que se diziam amigas, mas que na verdade queriam apenas aproveitar de sua boa vontade em ajudar, em ser útil e de sua ingenuidade diante de um mundo que não estava acostumado, um mundo de pessoas que não sabiam ser sinceras nem com elas mesmas.

Na verdade ele sempre soube disso, mas preferia iludir-se, tinha medo da solidão, mas não percebia que agindo assim, pouco a pouco matava seus sonhos e sua alegria de viver. Ele sabia que seria difícil abandonar tudo e todos, por isto fugiu por tanto tempo desta decisão, mas estava chegando a hora...

Se realmente quisesse se libertar da prisão em que se condenou a viver, teria que deixar tudo para traz e recomeçar uma nova e real caminhada em direção a sua verdadeira felicidade.

Li em versos
Enviado por Li em versos em 31/07/2008
Reeditado em 31/07/2008
Código do texto: T1106085
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