Quando a realidade se solidifica.
Ele se arrumou todo para aquela noite. Aquela seria histórica! Ele pegaria o que viesse! Beijaria o que encontrasse; estava cansado de conveniências e toparia tudo, literalmente tudo (Stupid faggot). O telefone dele nunca havia tocado tanto num dia. Todos os amigos – que nem eram tão amigos assim (assholes) – ligavam de instante em instante para confirmar sua presença na festa; a “signal fest”. “Vermelho não pode beijar ninguém, amarelo pode escolher quem quer beijar e verde é pra pegar todo mundo. Eu vou usar verde”, era o que todo falavam a ele que, por ser tão seletivo, certamente usaria a amarela. Não, naquela noite ele usaria a verde (Dumb bitch). Boa roupa, bom perfume, boa pose. O olhar, o andar, o falar; tudo perfeito, e lá ia ele pra boate pensando nas loucuras que não recusaria fazer.
Ainda eram onze da noite e nem tinha tanta gente, mas ainda sim, quem estava no barzinho aguardando para entrar olhou para ele. Ele estava lindo com aquele olhar de caçador, sorriso inocente, andar felino... Era sua noite. Cumprimentou algumas pessoas, comprou sua vodka, acendeu seu marlboro e entrou com uma amiga; assim que entrou foi direto para o centro da pista de dança vazia e dançou, danço, dançou e cada vez entrava mais gente e mais gente o olhava e ele estava se sentindo no topo do mundo (bullshit) até a hora que voltou a si e viu que ninguém olhava parta ele. Mas, quem olharia para ele? Daquele jeito? Gordo nojento! Aquela boca era desproporcional, aquele nariz enorme, olhos negros e grandes, cabelo ruim... Cor de nada na pele.
Que ilusão achar que alguém olharia para ele! Como ele poderia ao menos sorrir com aquele aparelho horrível? Ninguém o olhava... Nem quando ele viu que não poderia estar ali, no meio de pessoas normais e bonitas e decidiu ir embora. Ninguém o olhava (Fuck him!).