O que aqui escrevo hoje , foi resultante de uma reflexão na época em que meu filho, Gordo, se transferiu definitivamente com sua família, para o exterior.
Porém, é um texto muito atual e pode ser aplicado a cada nova situação que nos surja, onde somos obrigados a "soltar os fios e deixar os balões voarem"...
Muitas vezes o fio está tão enroscado em meio aos nossos dedos que precisamos muito trabalho interior para deixá-lo livre...
Quantas e quantas vezes, fiquei me perguntando, qual tipo de sentimento me faz sentir algo estranho, ao ver um balão sozinho voando no céu.
Sempre, desde pequena, tive essa sensação. Estarei eu sozinha diante dessa sensação ou mais pessoas sentem a mesma coisa ?
Como um balão, que representa em geral alegria e festa das crianças em seus aniversários, enfim, pode me fazer sentir isso?
A tristeza que me dá olhar um balão sozinho, solto no ar, é um defeito meu, minha falta de exercitar algo essencial, o desapego.
Deixar o balão escapar, para mim, certamente, significa despedir-se...
Nunca gostei de despedidas, embora muitas e muitas vezes as tenha enfrentado.
Muitos balões já voaram , muitas vezes tive que soltar o fio...
Assim, fico pensando, o quanto tenho que desenvolver, evoluir, para ver com normalidade esse ato de se despedir, não deixando que isso doa dentro de mim.
Não é fácil, mas espero e me esforço, por conseguir...
AGARRAR FIRMEMENTE E TER MEDO DE PERDER É UM IMPULSO NATURAL, MAS CHEGA UMA HORA QUE É MELHOR RELAXAR E SOLTAR AS AMARRAS...
PRONTO: FOI EMBORA E SABEMOS QUE É PARA SEMPRE. À NOSSA FRENTE, UM CÉU CLARO, ABERTO. E TODA UMA NOVA VIDA..."
É o tal do desapego que deve ser trabalhado e exercitado...
Ser capaz de "soltar o fio de todos os balões" que passarem por mim, mesmo que tenham me dado muita alegria ao olhá-los enquanto "brinquei" com eles é o que espero.
Aprender que eles vão enfeitar outro céu e que ,certamente, chegará o dia em que poderei pensar: dei um adeus verdadeiro, do fundo da alma, com consciência, e não um "até breve, volto já"...
Quando conseguimos ficar em paz, aquela de dentro de nós, nada importa, nem onde estamos, o que estamos fazendo.
Nada vai ser capaz de nos perturbar ou abalar, pois estamos equilibrados e harmonizados interiormente.
Assim, ao invés de ficar lutando contra os acontecimentos, contra as coisas que nos aparecem e não podemos fazer nada contra elas além de observar, temos que aprender a "fluir", saber voar como o balão, deixando que brote dentro de nós cada vez mais paz...