NUNCA DIGA QUE NÃO
Foi um dia dia perfeito até que
Entrei naquele maldito ônibus
Era cinco da tarde
Movimentação tranquila
Para mim
Não para os bandidos
Que andam soltos
A espreita dos mais desavisados
Como eu.
Hora de descer
Ruge ruge
Ainda olhei para trás
Falei com uma amiga da faculdade
Foi o meu pecado.
Monumento descomunal
Uma mala sem alça
Uma parede de concreto
Me empurra
Põe sua velha mochila em cima de
Mim e por baixo pôe sua
Fedida mão
Inecrupulosamente
O cara de pau
Olha e me encara
Enquanto me rouba.
Eu. Apertei meu coraçãol
Não sabia ainda que
O meu amigo
Celular
Nâo fazia mais parte
Da minha agenda.
É o fim.
Gelei.
Morri.
Corri para casa
De um passo só.
Tremia, falava coisa com coisa
Meu marido saiu
Correndo como um louco
Para aliviar minha perda.
Gente do céu.
Como é triste perder.
Um bem material
Simples mas, não é tão simples assim.
O sujeito trabalha
Compra fiado
Rala todos os dias para pagar
Vem o cão de rabo
Com a mão solta
E te rouba.
Ainda bem
Que a minha vida
Foi poupada.
Seja esperto
Nunca desca do ônibus
Antes da parada
Você pode ser a próxima vítima
Que isto não te aconteça.
Por isso
Nunca diga que, isso não vai acontecer comigo.
Eu dizia e aconteceu.
como