Última Saída
Havia um jovem rapaz, chamado Luiz, que se apaixonara por sua prima.
Até o presente momento, vivem felizes.
_Marine, eu te amo! Viveremos nosso amor em felicidade...
_Também sinto o mesmo por ti, Luiz. "Que seja eterno enquanto
dure" nosso amor.
Mas, uma grave doença pusera em risco este relacionamento. Marine, a
prima de Luiz, sofria de tuberculose, uma doença autamente mortal.
_Tu ficarás bem, Marine.
_Não sei, já vejo embaçar as vistas..
_Sem ti, Marine, não saberei viver!
_Terás que aprender, amado Luiz...
E assim cumpriu-se o destino. A bela moça partira para outros ares,
ao mais íntimo coração do chão.
A morte de Marine não levou embora somente uma linda moça, mas
também levara o viver de um apaixonado e recente escritor.
_Minha vida acabara... morrera junto de Marine.
Inexorável
Ó meu Amor, que já morreste,
Ó meu Amor, que morta estás!
Lá nessa cova a que desceste
Ó meu Amor, que já morreste,
Ah! Nunca mais florescerás?
Ao teu esquálido esqueleto,
Que tinha outrora de uma flor
A graça e o encanto do amuleto
Ao teu esquálido esqueleto
Não voltará novo esplendor?
Cruz e Souza
Luiz vivia em escuridão plena, tristonho nos cantos da casa,
solidão à flor da pele. O mesmo já desistira de viver, já não via mais
prazer em nada. Sua vida de fato acabara. As trevas era seu único
refúgio, e estas refletiam-se nos papeis, em meio a tantas letras, em
suas poesias góticas.
Até que um dia recebera uma visita inesperada do pseudo socorro.
_Chegastes a mim com mãos de óbito, e com olhares que desconheço.
O inverno vinha de bater a porta.
_Donde, Senhor, chegais vós tão frio?
_Do céu, do caos, do abismo, que te importa?
_Tu és vivo ou és pessoa morta?
_ Andei de penedia em penedia.
_Como?
_O hiemal frio senti que gela e corta, Fugi do luar, fugi da luz do
dia...
_Vens da escuridão?
_Os felizes julguei-os infelizes...
_Sou infeliz, e nem lembro o antônimo desta palavra.
_Vi que a desgraça é a única rainha Que impera sobre todos os países... Entre os meus braços virginais
descansa...
_Tu tens a solução para minha desgraça?
_Não pude vir, ai! Como outrora vinha, pois eu sou a tua última Esperança!
_Eu quero cessar minha dor... Mostrai-me o caminho!
Como um passarinho que ainda não aprendeu a voar, atira-se do ninho, rumo ao chão se encontrar. Nesta mesma terra, onde em paz há de descansar.
E com apenas um golpe de palavras, põe por "fim" o sofrimento de um
homem que perdeu o Amor, e o amor pela vida. Casara-se agora, com a
morte.
(o diálogo com a morte, exibido acima, é uma adaptação de uma poesia de
Alfonso de Guimarães)
Maximiniano J. M. da Silva - sábado, 26 de Abril de 2008