GRITO DE SOCORRO

GRITO DE SOCORRO

Ao levantar pela manhã, depois de ter sonhado com ela à noite toda, lá no meu pedacinho de chão, tomei meu café da manhã, e sai a andar para ver a beleza do sol e dos pássaros ao romper da aurora, que espetáculo belo.

O sol surgindo lentamente, por trás da serra, os pássaros em revoada em volta do belo e majestoso ipê repleto de flores. Os animais saindo de suas tocas para se alimentar, grande e magnífica mãe natureza tudo perfeito, tudo em seu devido lugar.

Se não fosse o homem para atrapalhar, saudades daquele tempo em que a boiada era tocada a cavalo, que as colheitas eram transportadas no bom e velho carro de boi, tudo era mais bonito, o mundo mais calmo, tudo em harmonia. O homem e a terra como o mestre criou belo.

Sem as podridões que há hoje, sem poluição, sem guerra, sem os distúrbios que tem hoje, sem os devaneios tolos dos nossos comandantes que deixam destruir as nossas belas matas e os nossos imensos rios, para o próprio ego deste ser chamado homem, covarde com natureza, covardia com quem não pode se defender.

E quando a chuva alaga cidades, morros se desmoronam ou a terra treme, falam que o mundo está doido, ou que o mestre está deixando na mão. Mas não vê que é um grito de alerta, um pedido de socorro, um protesto, e o único jeito dela dizer que está morrendo e que nós podemos ajudar. Ajudar a recuperar ela um pouquinho, porque tudo, nem em mil anos, nós não vamos recuperar, é a hora que acaba vai ser o que? Um monte de escombros, vagando pelo espaço e tempo, sem mais nada que possamos fazer, preserve, para amanhã ter, para podermos ver, os pássaros voando ao amanhecer.

ARA DO QUARA

Ara do Quara
Enviado por Ara do Quara em 11/07/2008
Código do texto: T1075088
Classificação de conteúdo: seguro