COISA BELA (CAP.III)

COISA BELA (CAP.III)

E agora? Perguntava para mim mesmo que estrada é esta? Imagine só, longo eu que me julgava saber quase tudo, estava ali procurando chão para pisar, apenas sentia correr dentro de mim indecisão e mais do que nunca, jamais vivi nesta posição. Pergunta simples mais sem respostas, só incerteza, fazer o quê? Pois, em apenas cinco ou dez metros transforma em milhares de milhas.

Tentei sorrir, só que estava forçando tanto que até um bebê recém-nascido sabia que eu naquele instante, estava mesmo na verdade querendo chorar, só que as lágrimas secaram as pálpebras dos olhos está apenas parados, nem consegui piscar mais, e forçando muito busquei não sei a onde um assobio meio sem tom e sentindo algum e nada, só indecisão, parece que veio e parou o tempo bem em minha frente.

E apenas a mesma pergunta o que este edifício faz aqui? O cara que o projetou e muito louco, esse bacana quer me complicar, há sei lá, só que a resposta não muda não existe nada sem sentido.

Nesta oscilação mais para o lado negativo do meu ser do que de algum acerto positivo, lavai eu e aquela linda criança a caminhar pelas calçadas da vila, sei lá? Só sei que apenas luto contra o tempo, querendo sair logo, logo desta louca estrada que entrei por acaso. Disfarcei e comecei a contar os pisos sobre meus pés. Só que tudo que buscava fazer, mais nada conseguia desviar os meus olhos daquele prédio bem ali, no meio daquele conjunto de barracos, ficava cada vez mais contraditório dizer e até pensar em outra coisa. Palavras, atos, gestos qualquer ação que queira tornar impossível.

Só que quando a razão supera a emoção, aí é que são elas, mais como estou sendo guiado por um ser maravilhoso, acima da média, bem além de teu tempo, ela toda repleta de magia com uma voz bem suave começa a dizer:

-Sabe meu senhor, teu nome é bem grande, melhor eu lhe chamar por senhor mesmo, é mais fácil para mim, veja as flores da D. Margarida, estão lindas, ontem a tarde os botões estavam abrindo, e agora o jardim já está bonito, todo dia eu paro aqui um pouquinho e fico olhando as plantinhas. Gosto do jardim da D. Margarida, ela é boazinha de vez em quando me dá uma flor, olha lá os beija-flor, estão beijando as flores, não são lindos? Olha o seu bailar, por entre as flores, tem montemos que eles até param as duas asas, parece que estão paradinhos no ar, as suas asas são belas, o teu bico eu acho eles lindos.

Agora, eu me pergunto onde eu estou, ou melhor, este caminho é belo ou louco sei lá , é difícil por demais entender algo bom ou ruim em instantes como estes, parece tudo sem lógica ou motivo e no mesmo momento tudo tem sentido ou é obvio está ali ou aqui, caminhando ou parado.

O jardim está bonito, parece que a criança é diferente ama o seu mundo, está com um sorriso, tão calmo, meigo, as horas para mim parece voar ou parar não sei, e ela tem tanta confiança que vai dar prazo de almoçar descansar e retornar no horário, e eu compressa e querendo chegar logo, pois, o mundo está correndo e parece que estou parado. Porém, a minha guia está calma e busca me mostrar cada gesto que transcorre em nossa estrada. Veja as borboletas, estão colorindo o nosso caminho, azuis, amarelas, pretas, cada uma mais bonita do que a outra, mais olhe

NUTE DO QUARA

Ara do Quara
Enviado por Ara do Quara em 10/07/2008
Código do texto: T1073586
Classificação de conteúdo: seguro