O Menino que sabia tudo.

Era uma vez uma criança,que sabia de tudo.Ela sabia de absolutamente tudo,desde os seus pensamentos ,desde as ações que seriam dirigidas a ela,até mesmo ao fato mais sórdido que a história conseguira esconder,ela sabia de tudo.Era a criança mais estranha de todas,não pela sua beleza,não pelo seu andar,não pela sua matéria,mais sim pelo seu espírito.Ela sempre era como um “peixe fora d’água” perto das outras crianças,e mal se conseguia ver um sorriso brotar daquele rosto tão angelical.Os pais adoravam a idéia de ter um filho super inteligente,ou até mesmo com poderes para-normais,um filho que sabia de tudo,não era tão fácil de se ter,dava para dar inveja nas amigas,ou conseguir a amizade do chefe em trocas de perguntas feitas ao filho.Era ridículo,e entediante.O tempo passava e essa criança continuava se afastando das demais,era chato andar com elas,era fácil prever seu pensamentos antiquados, e era chato tê-las por perto,era chato ser usado como objeto de mídia,era chato ser chato.Até que um dia uma criança nova chegou na rua em que o “especial” morava,e logo seus pais te apresentaram a nova criança.Era uma menina chamada Clara,ela tinha uma doença mental,e não pensava como os outros,não era tão rápida quanto os outros,e ainda por cima,não era muito aceita pelos outros.Os dias se foram,e a criança “especial” notou que Clara conseguia sorrir,dançar e cantar como nunca,mesmo estando afastada das demais crianças que não à queriam por perto.A criança então resolveu aproximar-se de Clara e perguntou:

-Porque brincas sozinha,e consegues sorrir?

-Porque sou feliz como sou,não é minha aparência,cor de pele,ou qualquer outra diferença que me trará lágrimas nos olhos,viver é uma dádiva,e ser feliz é benção,basta saber aproveitar as duas coisas.

-A criança ficou parada durante horas olhando para clara que sorria brincando no jardim,bestificada a criança entrou em casa correndo e gritando:

-Mãe achei,mãe achei...

Seus pais meio desentendidos,perguntaram:

-O que meu filho?

A pessoa certa,não prevejo o que pensas,não prevejo o que falas,me sinto um tolo perto dela,sabes de coisa que nunca soube,da vida,do viver,do sentir e do querer,não é previsível e chata como as outras,só não é compreendida como eu,ela é especial e não é notada,eu sou amaldiçoado,e sou um troféu para os tolos.

Tudo em tanto,são sobras...

(JOMAR SERPA)

GNOMO.