Os demônios e a voz de Deus.
Eu senti como se houvessem demônios ao meu redor tentando plantar aqueles sentimentos ruins dentro do meu coração. Eles me tiraram o sono, brincaram com meu coração, envenenando-o.
Eram criaturas horrendas. Três deles apareceram encapuzados e não pude ver suas faces, de fato; outro era muito bonito, de aparência angelical, e tinha uma pedra azul muito brilhante fincada entre os peitos, entretanto, me olhava com ar de desdém; o quinto era um monstro, assim posso dizer. Se ligar ao RPG - vampiro, a máscara - era um Nosferatus.
Eu me via fora de mim, na minha frente, sendo empurrado de um para o outro. Eu lembro que nesta hora fechei meus olhos e pedi a Deus que, em sua mais pura misericórdia, me livrasse deles, mas nada aconteceu. Não adiantava, eu ainda os via, os ouvia e os sentia; eles riam descontroladamente, cumprindo sua missão de me amedrontar, de me deixar angustiado... Eu pude senti-los; mas nesta hora escutei o que uma voz grave, porém suavemente reconfortante dizia. E ela dizia assim:
"(...) E acerca do inimigo, filho Meu, digo que já não corres perigo. Zomba deles, Meu filho querido. Despreza e zomba e veja-os fugindo. Não foi contra ti que blasfemaram e levantaram tais vozes arrogantes. Colocarei anzóis em seus narizes e freios em suas boca e contra ti, menina dos Meus olhos, nunca mais atirarão flechas. Descansa, Meu amado filho. Dorme em Meu colo, pois daqui não sairei e sentirás que estás seguro mais uma vez"
Neste momento, meu coração se encheu de paz, e quando abri os olhos mais uma vez, o quarto estava vazio; as criaturas haviam sumido. Restou apenas aquela paz e aquele amor que me reconfortava e fazia com que aos poucos eu fosse caindo em sono profundo.