Wisk com Walt Whitman.

Para Darci, quem sem querer me deu a idéia para esse conto.

1

Não se soube como se deu o golpe. O fato é que às duas horas da tarde o céu estava escuro, a fumaça escura subia de algumas chaminés do centro da cidade, rolos escuros e grossos imergiam de sobre os prédios enormes e geminados. Soldados com fardas de gala, manchadas de suor e sangue, tanques, generais de patentes e medalhas cravadas nos peitos estufados, todos cheios de uma soberba cínica, olhares de aves de rapina, olhares imergindo por detrás de enormes óculos escuros, as medalhas se chocavam umas contra as outras, dispersavam sons metálicos. Tantos generais juntos, que aquilo parecia ser uma orquestra de metais se apresentando ao ar livre.

Não se soube o motivo do golpe ou quem havia sido deposto. O que havia eram boatos correndo aqui e acolá, diziam coisas, enumeravam detalhes sórdidos sobre como o exército invadiu o parlamento, muita gente não sabia que havia no país um parlamento, e muitos ainda não faziam a menor idéia do que viria, de fato, a ser um parlamento, e então o assunto recaia para o âmbito da semântica, da história da política, Cidades- Estados, Estados democráticos. O que é democracia? Alguns questionavam. Estado teocrático. O que é teocracia. Outros indagavam. Cada um dizia uma coisa, perguntava uma coisa, afirmava outra coisa, e essa mesma coisa em seguida era refutada por alguma observação mais perspicaz, vinda de alguma outra boca mais bem informada sobre os tramites da política, e essa nova informação por sua vez encontrava um ouvido um pouco menos receptivo a novos conceitos, ainda mais quando esses vinham acompanhados de uma meia dúzia de palavras desconhecidas e impronunciáveis.

O fato é que acordei no meio da tarde ouvido os tambores, imaginei que fossem tambores, mas eram os soldados marchando nas ruas, bombas de efeito moral, as pessoas correndo para todos os lados, ninguém parecia saber em que direção realmente correr, trombavam umas nas outras, tropeçavam nas coisas, se chocavam contra os muros, uma balburdia sem igual. Ninguém parecia saber o que estava havendo. Foi então que olhei pela janela e vi os rolos negros de fumaça escurecendo o céu, parecia cena de filme de guerra, no entanto, parecia que o filme estava sendo rodado em película já gasta demais. Olhei e não entendi. Quis perguntar a alguém, mas não havia como, eu morava no décimo segundo andar de um apartamento de um dormitório, e morava sozinho. Não havia como perguntar. Só se perguntasse para as paredes ou para os livros, mas algo me dizia que eles não responderiam, e se por algum fato inexplicável o fizessem haveria uma confusão dos diabos, já que eram muitos os títulos dispostos pelas estantes.

Liguei o rádio e inexplicavelmente ele estava mudo, um aparelho comumente tão tagarela mudo em um momento crucial onde eu precisava desesperadamente ouvir alguma coisa que explicasse o que meus olhos testemunhavam através da janela. Estava fora da tomada. Coloquei na tomada e a mesma voz que eu evitava todas as manhas entrou apartamento adentro, aquela voz que dava sempre as mesmas notícias velhas, gastas, editadas por redatores relapsos e mal pagos, notícias nas quais eu já não acreditava a décadas, a voz que anunciava sempre as mesmas canções dotadas de uma melodia que costumava me embrulhar o estômago. Propaganda de plano de saúde, envelheça e morra feliz, ou alguma coisa do gênero, sugeria o locutor, comercial de refrigerante, dava para ouvir o som sampleado das bolinhas subindo dentro do copo, eu pelos menos eu acreditava que era isso, mas bem poderia num ser, a muito tempo as coisas haviam deixado de serem o que pareciam. O locutor não sabia o que estava acontecendo, no entanto os rolos de fumaça continuavam a subir rumo ao céu. Era preciso descobrir o que estava havendo lá fora.

Assim que pisei na calçada um homem pisou no meu pé. Desci com chinelos de dedo, feitas de um material sintético qualquer que ninguém sabia bem do que era feito, no entanto todos usavam, inclusive eu, não havia escolha. O homem me olhou, olhos esbugalhados, cheios de um terror, que era metade cômico, metade trágico, sua pupila parecia se derreter como uma tela idiota qualquer de Salvador Dali, olhou para todos os lados antes de tirar sua bota enorme, também feita de uma fibra sintética qualquer e anônima, de cima de meu pé. Segurou-me pela gola da camisa, tecido sintético aliás, e sussurrou nos meus ouvidos.

- Você tem que ir também. Vamos estar todos lá.

O homem olhava para todos os lados, como se seu pescoço fosse dotado de um mecanismo qualquer que o permitisse move-lo 360 graus. Estava com uma pressa na voz, e falava cada vez mais baixo.

- Ir onde? Quem vai estar aonde? O que está acontecendo?

- Todo mundo no bar do Whitman. Toda a resistência estará la. Esteja também a meia noite.

- Que resistência? Do que está falando?

- Aconteceu hoje, às oito horas, um golpe de Estado, estamos em uma nova ditadura. Onde esteve nessa manhã?

- Quem deu o golpe?

- Não sei. Ninguém sabe. Somente boatos. Esperamos você no bar.

O homem diz essas ultimas palavras e então sai correndo em direção a esquina mais próxima. Some. Então isso era tudo? Havia um golpe, mas ninguém sabia quem o dera, e que governo fora deposto, já que ninguém sabia de verdade quem era que governava o país, ninguém sabia quem mandava em quem, mas mesmo assim todos obedeciam a esse líder invisível. Foi então que notei os soldados, percebi a estranha marcha dos generais, vi seus peitos cheios de medalhas, ganhas nas guerras, mas que guerras? O país a mais de vinte anos não se envolvia em guerras, pelos menos ninguém nunca soube, nenhuma revolta, nada, não havia protestos, nenhuma rebelião, não sabiam contra quem se rebelar, contra o que protestar, no começo bem que tentaram, mas com o tempo tudo ficou sem sentido, já não havia tempo, faltava vontade, o país a décadas estava em coma, e agora isso, um golpe de Estado.

Que resistência o homem falava? Parecia se tratar de um lunático qualquer, mas ultimamente nada era o que parecia ser. Uma bomba explodiu perto de meu pé. Resolvi subir e me refugiar, aquela calçada não parecia ser um lugar seguro. As horas foram se arrastando e nada dos rolos de fumaça diminuírem. Nada do barulho cessar. Nada dos soldados deixarem de correr para lá e para cá. Nada dos generais pararem de marchar. A noite foi caindo e nada mudava. Eu pensava no homem, na história da reunião no bar do tal Whitman.

2

É verdade que o país parecia estar em coma, mas nem sempre fora assim. Houve um período de estrema euforia, a mais ou menos trinta anos. Por ocasião da grande Unificação. Todos os partidos políticos foram unificados em um único. Houve um homem, um homem de barbas longas e brancas. Um novo Antonio Conselheiro, diziam os saudosistas e conhecedores da historia, um novo Moises disseram os mais crédulos, no entanto como o Moises da fabula bíblica esse também não foi capaz de guiar seu povo até a terra prometida, disseram outras coisas também, mas a maioria não disse nada, apenas assistiu mumificada a transição do governo para as mãos desse homem. E então começou tudo. Depois da unificação vieram os primeiros decretos e leis, as medidas anticonstitucionais, foram assim chamadas até o dia que e constituição foi queimada pelo governo, na frente do Parlamento.

Depois da constituição queimaram a bíblia, os livros religiosos, a indumentária dos padres, dos pastores, incendiaram as igrejas, os templos, a sinagogas, profanaram os altares. Imediatamente a esse período veio uma violenta onda de choque com a policia, manifestações, piquetes, depois apenas silencio, o país respirou um período de apatia, anestesia, o ar parecia estar rarefeito a cada dia, as pessoas andavam sem pressa, era como se não houvesse mais aonde ir, e não deixava de ser verdade, os cinemas foram fechados, as portas lacradas, as bibliotecas transformadas em sedes provisórias para instituições recém criadas pelo governo, para propósitos desconhecidos, as escolas tornaram-se lugares perigosos, professores desapareceram misteriosamente, epidemias, doenças desconhecidas começaram a surgir, curas milagrosas descobertas pelos médicos do governo, a população estava em silêncio, se acomodava, se acostuma, respirava o novo ar, espiada calada o novo horizonte.

As emissoras de televisão e rádio foram tornadas propriedades do governo e uma nova programação foi instituída, obrigatória, muitas músicas foram proibidas, cantores, compositores, foram presos, exilados, deportados, mortos, ou simplesmente desaparecerem do dia para a noite sem deixar rastro ou paradeiro. Foi então que começaram a proibir os livros. Foi vinculada uma lista, nas rádios, na TV governo, afixada nos postes, estava nas paredes dos poucos bares que ainda funcionavam, a lista era encabeçada por Walt Whitman, e centenas de outros nomes se seguiam ao dele.

Depois desse episódio, houve um silêncio neofragico, onde nada acontecia, ninguém mais sabia quem era que estava no poder, se o homem de longas barbas brancas, já que ele nunca mais foi visto. Apenas o silêncio respondia as perguntas daqueles poucos que ainda tinham forças para indagar algo. E então hoje quando acordei tudo estava diferente. Havia soldados nas ruas. Generais saindo de sabe Deus onde e marchando pelas ruas com suas reluzentes medalhas no peito, a incompreensível fumaça saindo e se condensando por cimas dos edifícios do centro da cidade.

Olho pela janela e a fumaça ainda está lá, ainda existem soldados nas ruas, ninguém anda além deles e suas fardas de gala, o escuro já embaça minha visão, os generais se foram, levaram suas medalhas para algum outro lugar, os tanques estão parados, parece que prevalece um estranho e não anunciado toque de recolher, um sinal, prelúdio de que algo está prestes a acontecer.

Quase meia noite. Desço para a rua.

3

“WHISPERS OF HEAVENLY DEATH.” São essas as palavras pinchadas nas ruas, nos muros brancos, recém pintados, ainda cheiram a cal, a letra é bonita, os traços são vigorosos, firmes, denotam capricho, mas se percebe que foram escritas às pressas. Caminho rua acima, me esquivo da vista dos soldados, o silêncio só é conspurcado por algumas sirenes ao longe de quando em quando. Vou galgando as calçadas e avanço dentro da noite.

- Lazaro! – Ouço alguém chamar de dentro de uma viela escura.

Um homem negro, ombros enormes e cabelos brancos, feito um enorme e desproporcional chumaço de algodão imerge da escuridão.

- Venha Lazaro, eu estava o esperando.

- Quem é você?

- Sou um dos nossos.

Eu fico olhando, perplexo, não entendo nada.

- E quem somos nós?

- Somos a resistência. Não se lembra de nós, não é mesmo?

- Não, por quê, deveria?

- Eles fizeram uma lavagem cerebral em você, fizeram isso com a maioria dos intelectuais do antigo país que nós éramos.

- O que está dizendo não faz sentido.

- Não viu a frase pinchada no muro?

- Sim. “Whispers of heavenly death.” E o que significa?

- Era o lema de nossa organização. O lema da resistência. O nome da célebre obra de Walt Whitman. Fizeram lavagem cerebral com você, por isso não se lembra. O governo do Papa de Barbas Brancas lavou sua mente.

- Papa de Barbas Brancas?

- Sim aquela revolução a trinta anos atrás foi uma conspiração da igreja.

- Mas padres foram mortos, igrejas destruídas.

- Isso é no que fizeram você acreditar. Essa não é a verdade. Venha comigo e veja com seus próprios olhos.

- E por que está me chamando de Lazaro?

- Por que esse é o seu nome.

- Não, meu nome é Andréas.

- Isso foi o que te contaram durante a Unificação.

- Se está dizendo a verdade, quem sou eu de fato?

- Você é Lazaro D`brael, o poeta.

- Nunca ouvi falar desse poeta.

- Sua obra foi queimada. Foi uma das primeiras a serem destruídas, sua poesia tinha claras influências de Whitman, e isso eles não poderiam admitir.

- Eles quem? Admitir o que? Eu poeta? Deve haver algum engano.

- Sim há um grande engano. Sua vida durantes os últimos quase trinta anos foi um grande engano. Venha comigo.

Saímos do beco e subimos a rua. O negro tira um maço de cigarros do bolso da camisa?

- Ainda fuma?

- Por que eu fumava?

- Fumava muito.

- Quem diria.

- Sua filha nos contou muito sobre você.

- Eu tenho uma filha?

- Sim. Rita D`brael, faz versos como os seus, o mesmo estilo, cresceu lendo seus livros.

- Eu escrevi livros?

- Vários, era um dos maiores poetas do país, antes da grande Bestificação e da ascensão do Papa de Barbas Brancas ao poder.

- Bestificação?

- É assim que chamamos o período da grande Unificação

Essa conversa, vai me deixando tonto, a coisas não fazem o menor sentido. Nada se encaixa.

- Por que está me contando essas coisas?

- Nós descobrimos um processo para reverter a lavagem cerebral que o Estado fez. São milhares de pessoas que não se lembram de quem eram, tiveram a vida reescrita nos porões do governo, somente por que protestaram. Foi então que a euforia acabou, os protestos foram contidos, as vozes abafadas, os cérebros lavados e as vontades totalmente domadas.

- Isso é loucura. Não tem lógica.

- Foi o que muitos disseram, antes de saber a verdade.

- E qual é a verdade?

- Você vai descobrir ainda essa noite. Já estamos perto.

Ponho-me a seguir o homem na penumbra, os postes estão apagados, ruas que não conheço, vestígios antigos das antigas luminárias de gás néon, é como se uma cidade pré-histórica estive cravada no coração da cidade reinventada pela grande Unificação, o homem assovia uma canção antiga, proibida a muitos anos, assovia com uma alegria indescritível, está usando chinelos de couro curtido, camisa de algodão, coisas que eu nem mesmo sabia que ainda existiam, as industrias haviam parado de fabricar esses artigos, agora tudo era sintético, tudo era programado, o homem caminhava e eu o seguia, entravamos por ruas cada vez mais antigas e estreitas, cada vez mais mal iluminadas, a sujeira e o cheiro desagradável reinavam absolutos, bem diferente das cores e tons assépticos do coração da cidade, dos cenários das novelas da programação do canal do governo, dos outdoor`s, das revistas impressas pela Editora Oficial, bem diferente daquilo que as crianças aprendiam nos livros de história.

4

O bar de Whitman, ao contrário de tudo o que vi pelo caminho, cheio de botecos encardidos iluminados com lâmpadas incandescentes amarelas, outra coisa que eu nunca mais havia visto, essas tais lâmpadas. O bar era enorme e aconchegante, mesas em tampo de madeira, espreguiçadeiras, cadeiras de balanço, tabuleiros de jogos de xadrez, dama, batalha naval, jogos de estratégia, quase todos já extintos do imaginário coletivo, ou pelo menos de meu imaginário, e de minha vida. Ao fundo, em uma parede pintada em tom pastel, havia uma foto de corpo inteiro e em tamanho natural de Walt Whitman, foi então que entendi o motivo de se referirem ao bar como o bar de Whitman.

Ninguém, além de mim, parece estar vestindo tecidos sintéticos, todas as roupas são leves e em tons claros, chinelos de dedos, o cenário me faz lembrar o já esquecido movimento hippe, todos bebem wisk, conversam sobre poesia, filosofia e sobretudo política, estão ao mesmo tempo, que eufóricos, assustados com o golpe, não consigo entender muito bem o que dizem. Em um pequeno palco ao fundo, a direita do retrato do poeta inglês, um poeta lê para uma pequena platéia, seus últimos versos livres, em um poema sobre o golpe, não entendo muito bem, algumas palavras apenas, o suficiente para que eu perceba o tema.

O negro enorme que me trouxe diz de chamar Walt em homenagem ao poeta, me serve uma generosa dose de wisk, e passa a me contar como se deu o golpe, a lavagem cerebral, o governo do Papa de Barbas Brancas, fala sobre mim, meus versos, minha poesia, meus livros proibidos, caçados, queimados me praça publica, a minha prisão, o tempo em que fiquei desaparecido, e então meu reaparecimento, sempre vigiado, observado de longe, guardado dentro de uma redoma, me mostra alguns dos livros que escrevi, mas nada é capaz de me devolver lembrança alguma, e na maior parte do tempo eu desconfio estar sendo vitima de uma espécie de engano ou engodo, não sei o que pensar, as coisas parecem não fazer sentido algum, os fatos embora se encaixem cronologicamente, logicamente não funcionam, o que ele me pinta é algo semelhante ao holocausto nazista, custo a acreditar.

Walt lê para mim versos que diz serem de minha autoria, sobe no palco.

- Senhoras e senhores, temos nessa noite a honra da presença do grande poeta Lazaro D`brael, a muito tempo esquecido de si mesmo, de seus versos, de suas raízes, de sua poesia, de sua história, de sua infelicidade e felicidade, mas que essa noite, senhoras e senhoras, brindará-nos com a majestade de seu verso livre.

Ouço aplausos e pessoas olhando para mim, alguns vem me cumprimentar, dizem terem lido minha obra, falam de minha influência para toda a poesia dos últimos trintas anos. Eu me sinto meio tonto. Sinto vontade de sair correndo dali e voltar para meu mundinho sintético, asséptico, bem iluminado, onde eu sou eu mesmo e não a sombra de um velho poeta morto. As conversas fervilham ao meu redor. Me sinto preso dentro de um filme retrô, démodé, antigo e anacrônico, não sei o que fazer com as mãos e por vezes seguidas o copo quase que cai, acendo um cigarro para que possa manter as duas mãos ocupadas.

Sei tragar, parece ser uma evidência de que eu realmente fumara em alguma época da vida, mas não me lembro. Talvez Walt tenha alguma razão, mas mesmo assim me parece ser apenas uma coincidência inexplicável, penso enquanto trago profundamente e sinto a fumaça invadindo meu pulmão.

Caminho para o balcão, tomo mais uma dose, fico olhando para o retrato de Walt Whitman, esperando que ele me de alguma resposta, me aponte alguma solução, mas ele não se move, seus olhos estão longe, suas barbas enormes e brancas caem em direção ao peito, sua pele está enrugada nas testa, parece ter sido fotografado em momento de intensa meditação, contempla alguma coisa que eu jamais saberei o que era.

- Pai?

Ouço uma voz suave, tenho a impressão de já ter ouvido-a em algum lugar. Me viro e me deparo com uma moça alta, cabelos negros, olhos cor de ardósia, é Rita, minha filha. De repente me vem um Flesch, eu a vejo engatinhando pelo apartamento.

Rita caminha em minha direção, me abraça.

Então todas lembranças começam a surgir.

Odair J. Alves

Junqueirópolis, 20 de maio de 2008

Odair J Alves
Enviado por Odair J Alves em 02/06/2008
Código do texto: T1016259
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