VIDA EM TRÊS ATOS
Primeiro Ato
Aconteceu em um dia. E nem era desses dias belos que o pai acorda seus filhos anunciando boas novas. Era um dia comum - tão comum quanto o cheiro do café pronto que a mãe coa todas as manhãs e provoca sutilmente o despertar de toda família. Ninguém esperava aquele homem, ninguém contava com astúcia e coragem daquele que um dia era apenas uma criança (gerada para se tornar um príncipe em um paraíso onde ninguém entra para servir).
Segundo Ato
O shopping estava cheio, embora não fosse uma data especial. Pessoas vendiam e pessoas compravam (um ritual comum entre cidadãos que prezam pelo PIB anual). Ele se manteve quieto. Não tencionava chamar atenção. Mas no fundo o coração batia acelerado. Todos se lembrariam de seu grande feito. Um homem comum, com uma vida comum e um grande ato.
Terceiro Ato
As chamas eram tão intensas e brilhantes quanto os fogos de artificio exibidos nos céus do reveillon de Copacabana. Mas o cheiro da carne humana era tão insuportável quanto os gritos e lágrimas de dor produzidos pela astúcia e coragem do jovem Mohamed. O mais novo príncipe do céu de Allah.