Sentimento dorsal
Um pássaro na gaiola, talvez o último da espécie, deslumbrava o seu "dono", que o amava profudamente e sentia que o pequeno animal amava-o com mesma intesidade. O canto, o balançar da cabeça, os banhos para espantar o calor, sempre que ele aproxima-se eram manifestações afetivas, sentia isso na alma.
Sete anos de amizade, horas e dias sempre juntos. O dono e o pássaro. Mas algo inquietava o rapaz. Certo dia refletindo ao por do sol pensou: "Sou muito feliz com meu pássaro, mas seria seu canto ao ver-me, felicidade ou lamentação? Sete anos vivendo em gaiola apertada. Se a natureza lhe concebeu asas foi para ir bem alto e muito longe. Como posso tirar isso dele? Todos dias com o seu canto ele clama a liberdade e eu nuca atentei."
Com lágrimas no olhar o rapaz abriu a porta da gaoila para que o pássaro podesse seguir seu destino. Virou-se para não ver sua partida, iria lhe doer mais ainda.
Passou a noite em claro, setia a dor dos platônicos. Pensava que nunca mais a vida seria como antes sem o seu pequeno amigo.
O que corfortava-o era ter certeza que fez o certo. Não tinha como manter aquele pequeno ser com tamanho potencial de vida preso naquele mundinho.
O sol já batia na sua janela, quando notou uma pequenina sombra saltitante. Era o pássaro que voltou mesmo depois de conhecer a liberdade. A feliciadde voltou ao coração do jovem ao revê-lo e ouvir seu canto.
Meses depois o pássaro já cansado pela idade adoeceu e morreu, o jovem na flor da mocidade, morreu logo depois de tristeza.
Ninguém nunca conseguiu entender esse amor mortal, do dono para com o passaro. A verdade é que nunca houve uma gaiola, o pequeno esteve todo o tempo perto mesmo sabendo que poderia ter o mundo para si.