SUFOCO EM ALTO MAR

Olho pra bem longe, ate onde os meus olhos possam avistar. E o que vejo?O mar... Lindo, imenso, forte e imbatível. Senti medo, muito medo. Parecia que algo terrível ia acontecer. Meu peito aperta, o meu coração acelera ao sentir o balanço do mar.o barco que me conduz parece oferecer segurança. Mas sinto-me desprotegida, perdida, apavorada mesmo sabendo que há coletes salvas vidas e botes.

Meu deus eu não acredito que minha preciosa vida está por triz. Sinto meus olhos arderem e lagrimas brotam bruscamente deslizando pela minha face. Senti o amargo sabor do meu desespero. Fecho com força os meus olhos para tentar amenizar a dor do pânico incontrolável. Mas nada adiantou... Sem abrir os olhos eu sinto muita confusão, muita agitação. Pais procurando seus filhos e Mães gritando pelos filhos. Coletes são colocados na tripulação sem nenhuma organização.

Alguns desesperados pulavam no alto mar. Alguns perplexos não tinham noção do que acontecia. Os botes começavam a pesar de tanta gente e afundavam e gritos de socorro ouviam-se de longe. E mesmo assim ainda havia espertos tomando coletes de outros á forçam. Meu deus tenha piedade! Ate nessa hora o egoísmo prevalece. Sinto uma pontada no meu peito. Sinal de alerta para o meu coração que sangra á cada imaginação que fluem numerosos em minha mente doentia.

O grande mar parecia furioso, dominando totalmente tudo que o envolvia. E o barco parecia ser uma ameaça para ás águas profundas do oceano, ondas gigantescas abraçam completamente o barco que antes parecia tão dono de si, tão imenso, tão indestrutível, mas agora era apenas um barquinho de papel. Lembrei do maravilhoso Titanic em que seu criador disse que nem mesmo deus afundaria aquele navio.

Nesse momento o terror ficou ainda maior.

Sinto um calafrio percorrer minha espinha e a água me envolveu, não tive tempo de pedir perdão pelos meus pecados. Enfim o barco foi engolido pelo mar. Der repente começo á gritar com toda a força do meu ser e choro descontroladamente. Sinto minha cabeça balançar pra frente e pra trás. Duas mãos firmes seguravam meus ombros e os sacudiam.

E ouço uma voz de anjo louvando em meus ouvidos. – Melissa! Melissa! Abro os olhos e vejo minha mãe me chamando. UFA! Que alivio! Eu não estava a avistar o mar e muito menos dentro de um barco. Estava na minha cama, agora acordada com medo de dormir e reviver tudo de novo.

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Marli Caldeira Melris
Enviado por Marli Caldeira Melris em 29/04/2008
Reeditado em 30/10/2008
Código do texto: T966513
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