Entre sentido e felicidade

... naquele último dia, daquele mês, ela me fez uma proposta: "encontre o que procura e farei aquilo que pedes". Claro! Não encontrei. Impossível achar aquilo que todos pensam existir, mas, afinal, não existe: é mera criação. São símbolos e signos que todos dão à tudo para dar significação à própria falta de sentido em tudo.

"Não encontrou? Pois bem, eu havia dito. O mundo não é mundo nem de longe. Aquilo que pensa não é real, por mais que pareça: aparência, superficialidade. Mas todos acreditam. Isto, parece-me, traz outra coisa que não existe e todos fingem se confortar na pequena fresta que lhes resta, entre o abismo real e o obscuro de significação".

Será que ela terá razão? Prefiro não pensar muito, isso pode fazer mal.

Tudo bem. Começo a acreditar em ti. Mas, se não há, por que todos se envolvem nessa busca infinita?

"Pois bem, se eu responder poderei estar tentando encontrá-lo de alguma forma, formalizar aquilo que sabemos não possuir qualquer significado".

...

Pode ser...

...