História da vida.

Vou contar uma história pra quem quiser ouvir, chega mais perto e puxa uma cadeira. Quem quiser pode se sentar ai mesmo no chão, sem frescura, a história que eu vou contar não é de mula não. Se bem que o protagonista pode receber esse título, brincou com o destino e quase passou batido. A coisa toda começou com um sonho, um sonho real numa noite normal como todas as outras, naqueles dias chatos que você nem percebe e quando se dá conta já passou. O nome do cabra é o mesmo deste autor que vós fala, Marco canalha. Ele nunca foi homem de lembrar o que sonhará, até que aquela noite ô cutucou como uma vara, sonhou com três letras enormes e garrafais, elas estavam perseguindo ele, correndo atrás com todo gás, letras com pés e braços feito aquelas que enfeitam as bolachas passatempo. As letras se embaralhavam, estabeleciam planos e atacavam em grupo, sempre formando no final a frase SAI, o S o A e a I corriam em direção ao homem. Que covarde feito ele só, Marco corria, gritava, chorava e esperniava e, de nada adiantava as letras com dentes pontiagudos corriam atrás dele e quando o cabra acordou aliviado, não entendeu um só naco do que aquilo significava.

O pior da história é que o sonho se repetiu, dias se passaram, meses se passaram e finalmente quando se completaram 365 dias da repetição daquele sonho sufocante, Marco decidiu que iria usar o metodo que sua mãe lhe ensinou. Para ela o sonho não passava de um recado, algo que alguém queria lhe dizer e não me pergunte que alguém é esse e nem o porquê. Marco só sabia que estava recebendo um recado e que por ser lesado demorou tanto pra assimilar, resolveu colaborar e pra alguns mais certinhos nos conceitos trapassear. Usou a dica da mãe de pensar positivamente e fortemente no que ele mais queria na vida. Marco pensou, forçou do cerebelo até a pontinha do último fio de cabelo, usando de toda a força sensorial para desejar o que mais iria lhe satisfazer no mundo. Depois de tanto pensar sua cabeça parecia uma bola de boliche, pesada e oca por dentro. Marco sem mais forças pra pensar foi se deitar, e neste instante ele entendeu o porque do sonho disonante. Ao desmaiar ele percebeu que o sonho parecia o mesmo, no mesmo cenário desolador e as mesmas cores vermelhas que teimavam em sangrar das paredes, só que ao fundo em meia aos clarões podia ser avistado um monte, um morro, uma montanha sei lá, Marco não conseguia classificar, só conseguia caminhar em direção aquilo e foi indo, indo, caminhando no começo e correndo no final. Sem pensar só obedecia os instintos sem saber porque. Ao se deparar com o pé do morro, ele começou a soprar inutilmente tentando fazer com que o nevoeiro passasse, no começo nem deu certo, mais com o tempo e o fim do ar nos seus pulmões o nevoeiro se dessipou. Neste instante mágico ele entendeu o recado contido no sonho que se materializou embalado pelo seu pensamento positivo. A montanha, morro ou duna era formada por três letras as mesmas que o perseguiram por mais de um ano, a seguência e sincronia que eram diferentes, elas finalmente encontraram o seu devido lugar e alcaçaram o seu devido possicionamento, formando ao centro a composição: ISA. Desde então nego Marco incansável não parou de procurar, até que um dia o destino se encarregou de no seu caminho colocar a dona deste nome singular e até hoje ele só faz amar. Feliz para sempre que esse amor durar.

Marco Cardoso
Enviado por Marco Cardoso em 29/01/2008
Reeditado em 29/01/2008
Código do texto: T837764