Intenso

Ela não me olhava da mesma forma há um tempo, havia uns oito dias que não dizia que me amava. Eu não esperei que tudo fosse acabar um dia. Era para ser para todo o sempre.

Não existe para sempre.

Embora tudo estivesse vazio, não podia estar perdido. Eu sabia que não ia envelhecer ao lado dela, ou ia?

A única coisa que sabia naquele momento era que não podia perdê-la, não naquele momento de nossas vidas. Eu queria mais dela, precisava de mais dela.

Eu não aparecia com hora marcada, mas à via todos os fins de semana.

Era uma sexta chuvosa e o tempo tava cinza e frio.

Sabe aquelas flores de árvores de passeio, umas amarelinhas simples e formosas.

Tinha varias com gotas de chuva no caminho da casa dela.

Eu fiz o arranjo mais luminoso que já vi. Tinha composto uma musica aquela tarde.

Cheguei na rua dela e observei que ela tava na varanda vendo a chuva cair, eu devo ter ficado segurando meu guardar-chuva e olhando aquela cena por uns dezessete minutos

Até ela me pegar olhando e vim em minha direção debaixo de chuva.

Ela não disse nada, eu coloquei meu guarda chuvas no passeio.

Gotinhas de chuva caiam sobre o nariz dela, era tão linda a forma como ela coçava o nariz.

Entre as gotas de chuva eu pude perceber escorrer uma lagrima, na verdade eu não sabia há quanto tempo ela estava chorando, essa foi à única hora em que eu consegui a olhar nos olhos. Ela disse baixinho;

-Amor eu tive tanto medo de você desistir de mim.

Foi ai que percebi, não era ela quem estava se afastando, fui eu que deixei de conquistar ela todos os dias.

Eu sabia que nunca perderia enquanto a fizesse feliz, fizesse coisas bucólicas como as flores amarelas.

Eu havia esquecido, esquecido de que não é as pessoas (ela) é a rotina que destrói qualquer relacionamento.

Aquele dia eu dei um beijo como se fosse o último e depois disso eu nunca mais me esqueci de conquistar e reconquista Sofia.

Hoje vamos fazer bodas de prata e eu vou fazer um belo discurso.