LIÇÃO DE VIDA
Esta ao telefone, relatando à uma pessoa querida, minhas duvidas, angustias, problemas, soluçoes e resoluçoes. Nem percebi a presença de outra pessoa na sala,ao encerrar minha ligaçao; esta pessoa em toda sua simplicidade de iletrado, questionou-me sobre as decisões que me ouvira relatar.
Na hora, senti-me invadida,como alguem que sequer sabe escrever seu nome, que não conhece a profundeza da minha dor, nem a luta que tem sido minha vida, ousa questionar o que decidi. Sendo que EU sempre procurei ser boa e justa, fazer tudo por todos, que culpa tenho se tudo da errado.
Sai a caminhar para esfriar a cabeça. De repente, uma sensação de impotencia, de fracasso, de tristeza me assomou por completo.
É como se alguem dentro da minha cabeça, me atordoando repetisse sem parar: -“A verdade é que nada acontece por acaso, ninguem é completamente inocente ou culpado…”
Não querendo ouvir isto, comecei a cantarolar. Mas a voz continuava e ainda pra ajudar, imagens começaram a desfilar em minha mente, como partes de um filme fragmentado.
Foi então que me vi obrigada a admitir: “Em toda minha “nobreza” sempre alimentei o egoismo, preocnceito, o medo e principalmente uma imagem fantasiosa da vida. Onde eu sempre me considerei vitima injustiçada.
Sempre vendi a imagem quase perfeita, que os outros esperavam encontrar, mas nunca me questionei se realmente o que ele esperavam, não seria justamente o contrario: uma imagem cheia de falhas , mas real!
Hoje , olho pra tras e vejo, que tudo em minha vida é reflexo do que plantei, tal como diz o dito popular.
Fui uma filha exemplo mas, nunca fui reconhecida como tal, talvez porque minha mãe quizesse uma filha de verdade, com todos os problemas e revolta da adolescencia.
Fui uma esposa, dedicada e fui traida e largada, talvez porque me marido esperasse que a esposa dele lutasse mais por este amor que tanto proclamava.
Talvez porque outrora, fiz alguem sofrer por mim, em nome da sinceridade e franqueza, sem dó nem piedade.
Fui uma mãe, “modelo” , meus filhos tomaram caminhos opostos. Talvez porque,as vezes “descer do salto”, possa surtir um efeito de choque mas, seja um aprendizado real.
Quando jovem, observava uma pessoa muito querida e a vida que levava, nunca lhe disse nada, mas no fundo sempre achei que havia buscado o caminho mais facil para TER o que desejava, sempre bati no peito que eu queria era SER, e, que estes metodos não condiziam com minha pessoa. Hoje, a vida me mostra que, olhamos com preconceito mesmo sem admitirmos, e pessoas que amamos muito podem vir a escolher este mesmo caminho e nos mostrar que, a vida nos devolve o que oferecemos a ela . Que não somos inocentes nem culpados mas precisamos quebrar nosso orgulho e vaidade.
Hoje, sinto uma solidão enorme e mais uma vez , o egoismo tomou conta de mim, decidi largar tudo e ir embora.
O que não percebi, é que estaria fugindo de mim mesma, me levando junto…
Que existem pessoas que estão ao meu lado, e que para me ver feliz, aceitariam minha partida mesmo que isto significasse uma dor enorme para eles.
Que a vida não esta sendo injusta comigo, ela só espera que eu assuma minhas imperfeiçoes e comece a viver de verdade…
Que as vezes, o que é politicamente correto para uns não não ser para outros e vice versa, por isto devemos aceitar as pessoas como são. Todos temos o livre arbitrio…
E, principlamente, percebi que o que importa para quem nos ama, é nos ver feliz, mesmo que pra isto precisemos mostrar que não somos assim tão perfeitos.
Obrigado, Goinha por ter me questionado!!!!