Eu desejo que você precise daquele antídoto… daquele remédio. E que você olhe de longe (mas não tão longe; longe apenas ao alcance das mãos mas não dos pés) a minha casa. Sabendo que na mesma rua que a sua, alguém toma as mesmas coisas que você. E quero que você se lembre que eu tenho uma caixa desses calmantes em cima de minha geladeira e que eu vou preferir atirar tudo no vazo sanitário do que dividir com você. Eu quero te ver numa crise de pânico... Eu desejo que você precise de um abraço amigo após perceber que a maioria das pessoas na verdade te detestam E adoram esmurrar o seu rosto… Fora os que querem de você o que se consegue num emprestimo bancário, ganhando na loteria, ou tendo parentes amáveis. Quero que você se lembre que ofereci - como ofereço à todos - esse abraço amigo e hoje tens uma janela fechada. Como a que levei na cara um dia desses... Trancada. Com se madeira e ferro evitassem o mundo de girar... Eu desejo que você sangre. Mas não até morrer… eu só queria poder VER (assistir) o seu sangue. E nesta hora muitos pensarão que estou falando de uma só pessoa; mas me refiro a algumas. Queria vocês sentindo o sabor de sangue na garganta e a ambulância apressada. Mas quero que sobrevivam. Pois desejo que sofram... Desejo que vocês se sintam em perigo e que saiba que poderia gritar por socorro ou se lamuriar mas ninguém PORÉM; numa rua CHEIA de gente ninguém se move por ti. Temos um pedaço de Transilvânia na Bahia onde você é o Conde e Condessa onde as pessoas preferem se benzer e se esconder ao sair e enfrentar o que quer que te aconteça. Eu desejo que todas as pessoas que mentiram pra mim, num dado momento da vida... beijem o chão e sintam o cheiro de meu perfume nas pedras ou no asfalto quente enquanto baratas correm, sapos passeiam e carros desviam de sua existência indigna, até mesmo de assassinato por atropelo; homicídio culposo. Te quero vivo, viva, VIVOS… e definhando. Indignos ou indignas de suicídio. Indigno ou indigna de proles e de amor… SEMPRE sozinhos, cercados de cédulas. Ricos em dinheiro e apodrecendo por dentro. Eu desejo a vocês… TUDO de bom.

 

[conto escrito em 30.08.13]
 

Henrique Britto
Enviado por Henrique Britto em 02/02/2025
Reeditado em 02/02/2025
Código do texto: T8255283
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