"O PEIDO DO PAPAI NOEL" Conto de: Flávio Cavalcante

O PEIDO DO PAPAI NOEL

Conto de:

Flávio Cavalcante

Foi de fato, um Natal inesquecível. Era véspera de Natal, e Papai Noel estava correndo contra o tempo. No Polo Norte, os duendes carregavam o trenó com os últimos presentes enquanto as renas mascavam cenouras com entusiasmo. Noel, porém, tinha cometido um pequeno erro estratégico: na ceia anterior à entrega dos presentes, ele não resistiu a um prato gigante de feijão com repolho.

“Tudo pronto, Noel!”, gritou Rodolfo, o líder das renas, com seu nariz vermelho brilhando. Papai Noel subiu no trenó com dificuldade, ajeitou a barriga e deu a ordem:

“Vamos lá, pessoal! Ho, ho, ho!”

As renas começaram a correr, e o trenó decolou rumo ao céu estrelado. Tudo parecia perfeito, até que uma pressão estranha começou a se formar no ventre de Noel. Ele tentou disfarçar, ajeitando o cinto.

“Acho que foi o vento”, murmurou ele para si mesmo, mas a pressão continuava. Lá do banco da frente, Rodolfo notou algo estranho.

“Chefe, o senhor tá bem? Tá meio pálido...”

“Estou ótimo, Rodolfo! É só a emoção do Natal!”, mentiu Noel, enquanto apertava o bumbum no assento como quem segura a própria dignidade.

Mas no céu, a verdade não pode ser escondida. Foi na descida para Nova York que aconteceu: um trovão abdominal digno de um filme de ação. Papai Noel não aguentou mais e soltou um peido tão estrondoso que o trenó sacudiu no ar.

“PUUUUUMMMM!”

As renas ficaram em pânico. Rodolfo empinou o nariz, deu um rodopio no ar e gritou:

“PELO AMOR DO NATAL, O QUE FOI ISSO?!”

As outras renas começaram a tossir e bater as asas desordenadamente. Cometas faziam círculos no ar, enquanto Cupido ameaçava abandonar o posto. Até o saco de presentes começou a balançar perigosamente.

“Pessoal, calma! Foi só... foi só o vento!”, tentou justificar Noel, embora a nuvem suspeita debaixo do trenó dissesse o contrário.

“VENTO? ISSO AÍ É UM FURACÃO!”, gritou Rodolfo, tentando limpar o nariz. “Chefe, o senhor comeu uma chaminé inteira ou o quê?!”

Enquanto isso, lá embaixo, as crianças de Nova York olhavam para o céu e viam o trenó fazendo manobras estranhas, como se fosse um show aéreo. Algumas juraram que ouviram uma explosão. Outras começaram a gritar:

“É um OVNI! É o fim do mundo!”

Mas o momento mais crítico aconteceu quando Papai Noel soltou o segundo round. Dessa vez, o impacto foi tão forte que lançou o trenó em um looping inesperado. Os presentes quase caíram, e Rodolfo gritou:

“Chefe, ou o senhor fecha essa fábrica de gases ou vamos pedir demissão coletiva!”

Com muito esforço, Noel conseguiu estabilizar o trenó e pousar numa pracinha para se recuperar. Ele desceu, vermelho de vergonha, e as renas desabaram na grama, bufando.

“Pessoal, desculpem. Acho que foi o feijão do jantar...”

“Feijão? Isso aí foi um ataque biológico, chefe!”, reclamou Rodolfo, abanando o rabo.

Noel prometeu nunca mais comer feijão antes das entregas de Natal, mas a história já tinha virado lenda.

As renas, ainda traumatizadas, exigiram um bônus de cenouras gourmet no próximo Natal. E assim, o "Natal do Peido Voador" entrou para a história como o mais engraçado e fedorento de todos os tempos!

Flávio Cavalcante

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 29/12/2024
Código do texto: T8229381
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