Pedra no churrasco!
O sol daquela sexta-feira estava radiante como nunca.
Em meio à confluência do sol com as brandas nuvens de chuva, a programação de amizade era o motivo do dia.
Ele, um senhor calmo e sereno,com pouco mais de 50 anos, não via a hora de desgutar um saboroso churrasco.
O cardápio cuidadosamente organizado tinha possibilitado a confirmação de muita gente para aquele memorável encontro.
A casa construída nas proximidades de uma serra, e do delicioso córrego Taquaruçu Grande, era o espaço perfeito.
A churrasqueira e o fogão a lenha indicavam que a festa seria extraordinária para Ele, e para os demais.
Por volta das 12h a brisa solar insistia em dispersar as densas nuvens de chuva.
De repente, ainda pensando em sair de casa rumo ao recanto da serra, uma dor estranha fez com que Ele fosse ao banheiro.
A boca amarga e a saliva com sabor salgado denunciavam alguma coisa estranha aos objetivos daquele senhor.
Não teve sucesso na ida ao banheiro. Logo, lembrou-se de que necessitava tomar um pouco mais de água.
É certo que durante a noite anterior, ao longo de uma viagem que durou cerca de 6h de ônibus, a ingestão de água quase nem existiu.
Com muita apreensão, as primeiras lembranças denunciavam que Ele não estava ingerindo água em abundância.
O relógio marcava 13h40 quando Ele e outros amigos se encontraram para o banquete.
Insistente, a dor parecia não cessar. Aos poucos o suor frio e uma sensação de febre o deixava inquieto.
Os amigos logo perceberam a situação a ponto de perguntar o que estava acontecendo. Ele, calmo, respondera que estava com uma leve dor de barriga. Talvez não seria nada sério!
A sua mão não cansava de apertar a lateral esquerda da barriga.
Um dos amigos logo perguntara se Ele já tinha sofrido algum problema nos rins. O sim foi a resposta imediata.
O cheiro da carne assada, o arroz cozido com capricho, a salada de dar água na boca diziam-lhe o instante do alimento.
O sol agora com um pouco mais de força, dera-lhe, talvez, ânimo para iniciar a degustação do churrasco às 14h.
Comera bem pouco, talvez uns quatro pequenos pedaços de carne e um pouco de arroz com salada.
Novamente, a vontade de urinar era insistente, porém agora as dores estavam mais fortes.
Um pouco de ânsia de vômito, as mãos geladas e o suor escorrendo pelo rosto diziam que Ele não estava bem.
Inquieto, e com as mãos esfregando a lateral esquerda da barriga, procurava, à ingestão de uma medicação, o alívio daquela dor quase sem dimensão.
Por volta das 14h45, a solução foi desperdir-se dos amigos para ir ao hospital que ficava no centro de Palmas.
Ao longo de quase 20 km, a dor parecia interminável. A filha dele ao volante do carro procurava alcamá-lo.
O trajeto ao hospital tinha sido rápido.
Na recepção quase não havia ninguém em atendimento.
A triagem acontecera logo após uns dez minutos, o que parecia um alívio para Ele.
Prontamente, o médico dera-lhe atenção ao fazer a solicitação de um exame de tomografia.
O resultado, anunciado pelo médico urologista, indicava a existência de uma pedra de uns 9 mm no rim esquerdo.
Voltar ao churrasco já podia mais porque a saída agora era retirar a pedra que estava obstruindo a ação renal.
Churrasco era o que Ele mais gostava, mas aquela pedra dissera-lhe para tomar cuidado com a necessidade de ingestão de água, além de alimentos considerados saudáveis.
Ao efeitos de medicamentos, a noite da sexta-feira para até rápido.
No sábado, às 7h40, lá estava Ele na sala de cirurgia para remoção, a laser, daquela indesejada pedra em seu churrasco.
Não faça como Ele.
Cuide de seus rins, sempre.