No fundo da minha alma, em um tempo de seca imensa,

No fundo da minha alma, em um tempo de seca imensa, clamei por chuva. Na quietude da cerca, o vento veio, suave como uma promessa. Senti gotas de água caírem, me limpei, como se me renovasse em cada respingo. E foi assim que, em resposta ao meu clamor, a chuva desceu — como uma bênção. A planta, antes murcha e sem vida, se ergueu vibrante, colorida, acompanhada pelas matas nativas que respiravam de novo.

 

Desde o primeiro raiar do dia, a terra começou a reviver. O mar, que antes se mostrava vazio, retornou ao seu volume, trazendo consigo cardumes novos, como se a própria vida tivesse renascido. Onde antes o solo era árido, agora a fauna, bela e forte, se erguia, e com a mesma força, dei água à planta que parecia ansiar pela mesma renovação. Com a mente alerta, sabia que a água que mata a sede dá a vida.

 

A umidade voltou a tocar o solo. O que antes se perdia em tons apagados, agora florescia com cores vivas. A cada oração de gratidão, um novo rumo se desdobrou. As aves cantando em harmonia com o renascimento da vida. Colhi tomates, cenouras, peras, figos e cebolas, e os cantos deixei aos necessitados. As frutas que sobravam eram trocadas por aquilo que faltava, e o ciclo, como uma dança eterna, se completava, fiz doações do que sobrava. E os lucros de todos se multiplicavam.

 

Com o ritmo do plano, e seis dias de trabalho intenso, criei e plantei. Construí. Em cada canto, dei empregos e sustento, e ao sétimo dia, o descanso se fazia. A terra que antes conhecera a fome, agora se tornava rica. Cada semente que lancei, seja em estufa ou no campo aberto, era um compromisso com o futuro. A chuva, que sempre chega ao seu tempo, trouxe a certeza de que a colheita seria grande.

 

No sétimo ano, não colherei nada, deixarei a terra descansar. Trocarei o lugar do gado pela lavoura e o da lavoura pelo gado, para que a terra se refertilize. E assim, olhando para tamanhas bênçãos, percebi que ao seguir os mandamentos, a resposta veio em forma de luz, uma luz que aquecia e renovava tudo ao seu redor. Os bons tempos hão de vir, e com eles, boas novas, frutos de um trabalho bem feito. Assim é o homem que passa pela chuva, e herda uma terra próspera.