A botija de ouro
Zé Agripino um sujeito do sertão do nordeste brasileiro passava por grande dificuldade devido a seca que assolava a região nessa época. Uns poucos animais que ele tinha já havia morrido e tudo o que ele tinha cultivado morreu antes da colheita e no poço só havia lama. Agripino perambulava pela região em busca de trabalho nas fazendas vizinhas onde havia fartura muita irrigação e animais bem alimentados.
Era outra realidade! Certo dia depois de uma jornada dura de trabalho Agripino sonhou com uma botija de ouro e o sonho dizia que ele deveria desenterrar a botija de ouro com o seu amigo Ambrosio que também era um sofredor assim como ele vitima da seca. Com isso no dia seguinte Agripino não foi nem trabalhar ele preferiu chamar o seu amigo Ambrosio para irem buscar o tesouro.
Ao ser informado sobre a botija de ouro Ambrosio disse: compadre tu já sabe como é que a gente tem que se comportar nessa hora? Agripino disse não! Primeiro só podemos desenterrar a botija meia noite. Segundo vai aparecer muita coisa em nossa volta pra tirar a nossa atenção e nós temos que ignorar todas elas não importa qual seja se não ela desaparece.
E outra coisa se conseguirmos desenterrá-la não podemos gastar esse tesouro aqui vamos ter que morar em outra cidade. Ciente de tudo Agripino marcou o dia para desenterrar a botija de ouro. Dia marcado então Ambrosio perguntou: onde ela está enterrada? Ele disse: atrás do cemitério. Um pouco antes da hora eles se dirigiram para o local para desenterrar o tesouro.
Chegaram na hora recomendada e começaram a cavar em busca da botija de ouro. Foi quando eles ouviram uma voz que dizia: vocês querem vê a desgraça? Eles não disseram nada e continuaram cavando foi quando a picareta atingiu alguma coisa solida que chegou a sair uma faísca de fogo. Ao perceberem eles disseram: é a botija! Se agacharam e retiraram o tesouro com grande dificuldade por causa das moedas de ouro que estavam nela.
Após retirarem o tesouro Agripino disse: precisamos de um carrinho de mão para carregar esse tesouro você tem algum em sua casa? Ambrosio disse: tenho sim espere aqui que eu vou buscá-lo. Enquanto estava sozinho aguardando seu amigo Ambrosio com o carrinho de mão Agripino ouviu mais uma vez; Vocês querem vê a desgraça! Ele permaneceu em silêncio fingindo que não tinha ouvido nada.
Foi quando algo lhe chamou a atenção próximo ao buraco que eles tinham cavado para retirar a botija parece que havia algo se movendo lentamente no meio dos destroços que eles tinham retirado. Curioso pegou um pedaço de pau e começou a cutucar foi quando apareceu um escorpião que tentou fugir, mas não pôde porque Agripino o prendeu com o pedaço de pau. E mais uma vez Agripino ouviu a voz que disse: vocês querem ver a desgraça! Agripino não deu ouvido.
Enquanto estava com o escorpião preso ele olhou para o tesouro e lamentou ter que dividir com Ambrosio e então pensou: por que eu vou ter que dividir essa botija com Ambrosio? Afinal quem teve o sonho fui eu e não ele, já sei o que eu vou fazer para me livrar dele. Em seguida ele pegou o escorpião e colocou dentro da botija entre as moedas de ouro e de prata e aguardou a volta do seu amigo Ambrosio com o carrinho de mão.
Ambrosio chegou sorridente com um litrão de cerveja dentro do carrinho e dois copos descartáveis em uma das mãos que estava segurando em um dos braços do carrinho de mão e logo assim que ele chegou ouviu mais uma vez a voz que disse: vocês querem ver a desgraça! Ambos ficaram em silencio não disseram nada. Foi quando Ambrosio disse: sorria homem estamos ricos veja o que eu trouxe pra gente comemorar pegue um copo ai.
Agripino estendeu a mão e pegou um dos copos em seguida Ambrosio tirou o abridor de garrafa do seu bolso abriu a cerveja e entornou no copo de Agripino em seguida entornou no dele e ambos brindaram e tomaram a cerveja toda. Depois de alguns minutos Agripino começou a passar mal e disse: o que você colocou nessa cerveja porque eu estou ficando tonto. Ele disse nada você viu que eu abrir a cerveja aqui na hora deve ser um mal estar descanse um pouco.
Não demorou muito tempo e Agripino faleceu encostado na parede do cemitério. Foi quando mais uma vez se ouviu a mesma voz dizendo: vocês querem ver a desgraça! Só que dessa vez Ambrosio respondeu dizendo: que desgraça? Perguntou Ambrosio. E disse mais: logo agora que eu me livrei do meu sócio e fiquei com toda a fortuna para mim como isso pode ser uma desgraça? Em seguida ele abriu a tampa da botija e encheu as mãos de moedas de ouro e jogou sobre a cabeça como se tivesse tomando um banho de ouro com um sorriso estridente que acordou até os defuntos que estavam do outro lado do muro do cemitério.
Quando ele encheu as mãos de moeda pela segunda vez para tomar banho de ouro o escorpião deu lhe uma picada mortal na sua mão e fugiu subindo pela parede do cemitério até passar para o outro lado deixando Ambrosio estendido no chão do lado do seu amigo Agripino. No outro dia as pessoas que passavam por ali viram os dois e disseram: vejam é o Agripino e o Ambrosio o que é que eles estavam fazendo aqui do lado do cemitério? A pergunta ficou sem resposta porque próximo a onde eles estavam não tinha nada a rua estava perfeita sem nenhum buraco e sem nada. Em Tg 3:16 diz: Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa.