Conexão Uruguai
Ele era apenas um escritor fracassado, advogado medíocre e vivendo num casamento que causava à infelicidade de sua amada mulher que realmente ele tanto amava. A irmã dela trabalhava como empregada na casa da ex-esposa do diretor de assuntos institucionais da maior empresa de energia privada do Brasil nos dias de semana e nos fins de semana na residência do chefe de gabinete dum ministro do Supremo, que também havia empregado o irmão delas no gabinete deste decano.
Sua companheira foi contratada para ficar na casa durante à viagem de férias do alto funcionário da corte súpera para os Estados Unidos como o mesmo faz com sua esposa e filha todos os anos.
Ele também foi ficar lá com ela, afinal não ia deixar seu filho ir com ela ficarem sozinhos na casa do Lago Norte, ainda mais com seu medo de casas já acostumado há 42 dos seus 49 anos em morar na segurança aparente dos apartamentos.
Já se passavam 10 dias deles na mansão quando finalmente resolveu entrar no escritório do contratante da sua parceira. Deu uma olhada nos livros de direitos e doutros assuntos quando acidentalmente derrubou uma pasta que esparramou todos os arquivos pelo assoalho de madeira. Ao recolher tudo foi passando os olhos e notou que se tratavam de dados de ativos financeiros de movimentações em contas em bancos no Uruguai e dali para outras instituições financeiras na Europa, Ásia e Estados Unidos.
Os titulares eram os 11 ministros que compõem à atual corte da Supremo Tribunal Federal do Brasil. Seu coração disparou, sua boca ficou seca e às mãos congelaram. Foi até à cozinha e sorria falsamente para sua amada e tomou três copos de água.
O que fazer com tudo aquilo? Qual seria à atitude correta à tomar? Ou melhor, qual à mais prudente?