Instante
Escuta, Polanski. Já descobri tudo. A polícia está lá embaixo... Acabou. Não estamos no velho oeste... Isso é a triste e velha cidade cinza... Já recuperei o dinheiro e Susan...
Cale a boca, verme!! Daqui só saio morto. Eu ou você. Eu vou disparar. Trate de se defender.
Mikael suspirou. Não tinha escolha. A chuva gelada caía sobre os dois, estavam no telhado de um prédio de 15 andares e mesmo ali, podiam ouvir as sirenes da polícia. Polansky sacou o revólver. Disparou. Mas Mikael sabia que não conseguiria disparar mais rápido. Simplesmente se jogou no chão e sacou. Polansky foi pego de surpresa. A bala atingiu seu peito. Caiu.
Mikael se aproximou. A pistola abaixada. Olhou o corpo de Polansky. Não sentia- se feliz.
Tenho... Tenho frio...balbuciou Polansky. Suas lágrimas se misturavam com a chuva. Tenho medo... Não me deixe...
Mikael segurou sua mão e apoiou sua cabeça. Suspirou. Foi um tiro mortal.
Estou aqui, Polansky...
A polícia chegou no telhado cinco minutos depois. Mikael contemplou o corpo de Polansky. A única morte nesse caso todo, era o do bandido. Pensou no desespero do homem. O que o fez tentar aquela jogada arriscada. O delegado se aproximou.
Nada mal para um investigador particular. Disse o delegado. Parabéns, rapaz.
Mas Mikael não o ouvia. Tirou o pesado diamante do bolso do casaco e entregou-o ao diamante.
Não, delegado... Nada de parabéns... Não há nenhuma necessidade...
O delegado apenas o olhou. Mikael se afastou. A chuv era gelada e sem piedade. Ele tinha a impressão que chovia sangue e seu corpo estava encharcado.
Wesley Curumim