Por puro acaso

Da vez em que encontrei Belinda foi em uma parada de ônibus. Não, na verdade foi antes disso. Eu dirigia meu Ford Corcel pela Br. Havia saído do Rio e seguia para Paraíso Verde, Minas.

Ela estava parada na estrada meio sem saber o que fazer. Eu estacionei atrás dela e perguntei o que houve.

Desconfiada, ela me disse que estava sem gasolina. Calculou mal a distância ( era professora de português e não matemática, me disse) e agora estava assim na mão.

Eu tinha uma garrafa pet cheia de gasolina e ofereci para ela. Ainda desconfiada, me disse que não tinha como pagar.

Sou ex-policial, detetive particular e escrevo nas horas vagas. Foi o que deu vontade de falar. Mas não disse, em vez disso disse a ela que minha mãe era católica e meu pai sempre me ensinou a fazer o bem e toda aquela baboseira cristã. Ela riu e concordou. Nos separamos com um breve adeus e um muito obrigado dela.

Fui embora e meia hora depois estacionei na tal parada de ônibus. Com um café e um pão na chapa estava Belinda, acenando para mim e com um belo sorriso.

Daí em diante viramos amigos, amantes e de vez em quando cliente e detetive. Quis o destino que nos encontrássemos em Paraíso Verde, uma pacata cidade onde ela dava aulas e eu passara por lá quando procurava um rapaz desaparecido.

A vida tem dessas coisas. E Belinda seus encantos. Inteligência é um deles.

Wesley Curumim

Wesley Curumim
Enviado por Wesley Curumim em 27/10/2024
Código do texto: T8183291
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