VELHOS OLHOS

Seus olhos, todos os dias, viam na sua cidade; que ele defendeu com ódio a todos de fora dos seus limites e das suas certezas; todos aqueles que invadiram, agora sem Muro.

Impotente ante o que antes era imponente, ele caminha pelas ruas, compra novamente seu pão, volta para o seu pequeno e cinza apartamento onde mastiga vagarosamente o seu passado enquanto seus olhos olham o vazio como se esperando que de repente tudo aquilo voltasse, ou que ele simplesmente morresse...

(Berlin Oriental, 15.10.24)