A bela época
Capítulo I
As margens do Tejo
Era a noite mais fria de fevereiro: o mar revolto, ondas, maiores que as naus de outrora. Tais invenções, pelas mãos dos grandes, não ousariam
desafiar, o terror atros de netuno, senhor dos oceanos. O nobre pensamento luso não se interessava na braveza, tão pouco na grandeza dos grandes mares
circundantes, nos tempos de D. Maria I, rainha de Portugal.
Era como vento cálido da morte em seu ombro, como a dor no ventre a beira do parto. Dor profunda, ao corte da navalha, espinhos cruéis sobre o juízo justo. Este, era, o sentimento que pernoitava o coração de Leide Leonor Telles, senhora da Quinta da Beira Santa Maria.
Nela não havia posses de outra fidalguia, tão pouco desejava tal trunfo, visto que o mundo decadente, muito destruído pelo tempo de outrora, não lhe dava as devidas benesses.
Parecia-lhe, esta, uma vez mais, para sempre vinculada a terra, como figueira a sua raiz, e portanto, a terra a qual nascera.
Sentimento cruel de abandono de uma herdade antiga, vasta casa com três pavimentos baixos, mais três superiores, similares aos palácios clássicos barrocos de Viena ou mesmo na própria Baviera, em Monique. Com vastos jardins a semelhança de Antulheras e Versalhes, bem como os suntuosos de inverno de Pedro o Grande da Rússia. Esta era a morada da Baronesa de Vila Viçosa, Portugal.