A DOR DO PALHAÇO
Aquele palhaço irá alegrar a plateia, mais uma vez. Contudo, está muito preocupado: seu pai está no hospital, em estado grave.
Queria estar lá com ele, mas o seu pai, também um famoso palhaço, lhe pediu que não adiasse a apresentação. Não queria que as crianças ficassem sem um sorriso, sem alegria.
Pouco antes de entrar no palco, procura, desesperado, notícias paternas. Contudo, ninguém é capaz de lhe responder.
Seu coração começa a bater mais forte e lhe vem à mente, todas as cenas das apresentações que fizeram juntos. Seu pai era um mestre, um amigo que sempre o ajudou nos momentos mais difíceis, fosse no palco ou fosse na vida.
Por fim, entrou no palco. As crianças se encantaram ao vê-lo. Proporcionou a elas momentos de alegria e descontração.
No fim do espetáculo, lhe foi dada a triste notícia: seu pai falecera, enquanto apresentava-se.
Tomado por pungente dor, procurou não chorar. Veio à sua mente um pensamento que ele sempre lhe dizia, nos momentos mais complicados:
- “Quem enxuga as lágrimas alheias, não tem tempo para chorar”.
2003