UMA TRISTE NOITE DE CARNAVAL

Participação especial de um colega do Recanto das Letras.

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A última colombina deixou o salão, a sua máscara já não cobria mais seu rosto, com ela um pierrô apaixonado, pois estava abraçado com ela. Naquele local, agora triste, algumas horas antes do final da festa, a máscara de Dartagnan já não estava em seu rosto, que estava em prantos. Era uma madrugada fria do segundo dia de carnaval, a tristeza era sua companheira, somente ela. Imaginava o que fazer da vida em meio a esse desespero de uma partida em plena noite de carnaval, Dartagnan ainda tentou insistir, prometeu mudanças no seu comportamento, mas de nada adiantou, sua amada estava irredutível, nada mudaria a sua opinião. A alegria do período momesco teve fim, os sorrisos alegres não mais existiriam, a sua fantasia agora era a tristeza que vestiria por um bom tempo, mesmo não sendo carnaval.

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O salão estava vazio, apenas a presença de Dartagnan que de cabeça baixa numa mesa não tinha coragem nem de deixar o clube tamanha era a sua preocupação com os dias que viriam. Chorava compulaivamente ali junto com o desespero e a agonia, uma melancolia nesse carnaval sombrio. As luzes se apagaram, a manhã estava prestes a chegar e o garçom se aproximou dele para avisar que precisava se retirar e ele também precisava ir para sua casa para um merecido descanso depois de uma noite e madrugada de muito trabalho.

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No salão já às escuras restos de confetes e serpentinas espalhados pelas mesas e pelo chão, no ar o aroma de perfumes dos foliões, lembranças de corpos perfumados das doces meninas e senhoras com seus pares em harmonia, um contraste para o pobre Dartagnan que nessa hora estava sozinho e abandonado. Não tinha mais com quem desabafar, o garçom só faltou suplicar para que deixasse o ambiente, precisava deixar tudo trancado para a abrir na próxima noite momesca para mais um trabalho não muito compensador, mas que era necesário para o seu sustento e de sua família. Apoiado pelo funcionário e sentindo uma tristeza imensa, Dartagnan deixou o salão e se dirigiu para a rua, lá decidiria o que fazer e num canto da calçada sentou-se para esperar os primeiros raios de sol.☀️

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 17/09/2024
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