NÁDIA E A SEXTA-FEIRA 13
Microconto
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Nádia saiu de casa apressada, tinha que estar na estação antes das sete da manhã para pegar o trem, se perdesse o horário chegaria atrasada no trabalho e seu chefe já a advertira sobre isso. Faltavam alguns metros ainda para chegar, mas a locomotiva já apitava anunciando que em poucos minutos pararia na estação, o tempo era curto para ela alcançar a plataforma de embarque. Novo apito e Nádia se desesperou, então começou a correr, porém tropeçou numa pedra e caiu com a cara no chão, a sacola que segurava com a marmita do almoço foi parar longe e toda a comida espalhou-se na areia preta daquele lugar. Ainda deitada no solo viu o trem passar através da grade de proteção. Algumas pessoas corriam apressadas subindo a rampa que dava acesso às bilheterias. Levantou-se rapidamente esquecendo a boia, nessas alturas estava perdida, seguiu os passageiros que já adentravam o portão e tentou tirar o dinheiro da bolsa, porém a carteira porta-cédulas não se encontrava dentro. Lembrou-se que esquecera em cima da cômoda quando tomava um gole de café com meio pão com manteiga.
Essa criatura era acostumada a fazer quase tudo em cima da hora e às vezes isso irritava ela própria, sabia que o patrão não gostava que chegasse atrasada e quando ia dormir esquecia de colocar o despertador no horário apropriado para acordar. Um dos retardatários percebeu o desespero dela na bilheteria e resolveu pagar sua passagem, o que ela deu graças a Deus e agradeceu ao bondoso homem que nem conhecia. Felizmente deu tempo de embarcar no trem, mas o sufoco foi grande. Chegou no trabalho mais suada do que tampa de chaleira, mas chegou na hora, só não ia almoçar nesse dia.
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N.B.: Eu tinha feito este conto com um nome aleatório (Marieta), mas resolvi mudar para homenagear uma colega do Recanto e a "vítima" foi Nádia Gonçalves.