capítulo 1, um paraíso idílico às 8 da manhã
interlúdio preliminar em um paraíso idílico às 8 da manhã
as nuvens rastejam até meus olhos, já não sou fogo nem ar
a praia guarda em mim um significado translúcido
a saudade que se esconde no Sol escalando o mar
O que vasculho aqui não tem nome nem formato
Os crustáceos predam o meu silêncio
Eu viajo em uma canoa com textura áspera
e planejo chegar mais longe até o fim do dia
Os barcos ao meu redor estão me incitando ao pavor
o meu sonho por solitude acaba de ser arruinado
o galope severo da companhia de estranhos é um calo
os meus pés já não conseguem rimar uma corrida
eu me descasco ao vento e evaporo no leito da enseada
a perspicácia que me alvejou é uma em um milhão
o ranger dos meus dentes é acalentado pela tarde
o meu ócio já se compara a de uma tempestade.