O cheiro de sândalo

Estacionei o carro. Ela saltou enquanto eu tirava sua mala do banco traseiro. Ela enlaçou meu braço e se aninhou em mim. Era mais alta que eu e por isso precisava se abaixar um pouco.

Ela não me saltou nem um minuto na estação. Não podia reclamar, adorava seu cheiro de sândalo.

Me espere, Argov. Eu voltarei para ti.

Ela me disse e me beijou. Sorri e beijei a ponta de seu nariz.

Senhorita Lykaios, você não leu as letras miúdas do contrato? Sou um carrapato, moça. Você vai precisar me aturar.

Rimos e nos beijamos. Então o trem parou na estação. Ajudei com a mala. Ela me abraçou com tanta saudade. Um beijo longo e depois, ela subiu no trem.

O trem se afastou e ela me deu adeus.

Senti frio e enfiei as mãos nos bolsos do casaco de couro.

Tudo que ficou dela foi o gosto de sua boca e o cheiro de sândalo de seus cabelos.

Wesley Curumim
Enviado por Wesley Curumim em 10/09/2024
Reeditado em 10/09/2024
Código do texto: T8148471
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