Invisível

A tarde acabara. Sem ainda o sol se pôr..Poucas nuvens e sem o lanche vespertino..

Tudo havia parado no ar , apenas o coração daquela mulher batia rápida,sorrateira e irregularmente .A multidão a confundia , metrôs,passagens ,ônibus ,roletas e o vai e vem de humanos.

Inesperadamente algo havia parado no espaço do olhar da mulher .Avistara a pastelaria de Seu Jorjão.Este por sua vez ouvia seu radinho de pilha enquanto ia assoviando e recheando a massa dos saborosos pastéis que iriam ` a gordura .

Fim de expediente , lá ia se encaminhando a mulher.Confusa ,conseguira com pequenas moedas comprar com desconto, um pastel suado .

A tarde acabara , a.mulher por sua vez ,sem saber para onde ir , pensava : ...abrigos , a fila estava cheia .!... Descansa,tranca -se se num banheiro de estação de metrô. Teria de muito disfarçar e esperar..

Ir de trem, seria outra hipótese, iria dormir melhor do que ficar ao relento. O tempo passara , a tarde acabara ..Nada de sol a entardecer... .A neblina . começara também

Naquele dia a mulher perdera o emprego , a refeição farta e ainda fora despejada da pensão.

Decidiu então acenar para o ônibus .Nos bancos de trás, acabou dormindo . O ônibus rodava ora cá ,para acolá ,outros bairros e rodava que rodava.

O estresse do motorista ao receber as passagens e ao dar o troco ,sentia-se por vezes irritado ! Via as pessoas no ônibus lotado , sendo empurradas e ficando agressivas .

Era tudo um contraste ! Gente nervosa com gente dormindo serenamente ,talvez até de fome .

Ponto final ,troca de motorista e de ônibus .Nada daquela mulher tinha movimentos .Dormia pesadamente no banco de trás do ônibus .

Por acaso entrou um enfermeiro.no onibus .. roupas toda branca com maleta de médico .Observou tudo , embora cansado do ofício ,sentia que podia ouvir os batimentos cardíacos daquela mulher ....Estava pálida e gelada .recaída num canto do ônibus ,janelas abertas faziam parecer que estava atenta ....No entanto estava completamente parada ...

Por fim , invisível a todos os transeuntes , ninguém havia notada que a Mulher como todas as outras Marias havia dormido demais

Fátima Regina VM
Enviado por Fátima Regina VM em 09/09/2024
Reeditado em 26/09/2024
Código do texto: T8147850
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