Encontro

Em Bratugama, um país perto da costa brasileira, procurei o dia todo pelo português Antunes. Fui informado que morava na rua direita, e de casa em casa bati palma sem sucesso, na terceira hora quando passavam transeuntes rumo a única capela da cidade, indaguei um jovem senhor de boa aparência que pareceu indicar o paradeiro do amigo. Ele me disse com voz embargada:

- A última vez que encontrei com o poeta ele estava debilitado e precisava urgentemente seguir viagem uma vez que ficara sabendo por carta que seu velho amigo Zé precisava encontrá-lo.

Enquanto conversava, ouvi um burburinho na rua.

Sabe o Antunes, o pesquisador?

Sim!

Ele viajou semana passada, disse que era urgente, vejam esse bilhete.

Agradeci rapidamente o rapaz e corri para a rua e tentei me posicionar para ouvir melhor o bilhete.

Quem se interessar escute.

Olá meus amigos!

O órgão tocou os acordes lá em casa. Encantou os ouvidos do poeta e decifrá-los seria difícil, quase impossível. O amigo de longe me convidou, levarei comigo o pentagrama com as anotações. Uma semana, um encontro e resolveremos a questão.

Ps. Caso alguém me procure, diga que volto breve para o encontro.

Antunes

Segui esperando, era necessário encontrar-me com o poeta, eu carregava em meu bolso um pentagrama, sem acordes e lá em casa não tinha órgão nem mesa.