As pétalas da vida
Ele sentou, no tatame, sobre os calcanhares
Tirou a Katana embainhada e a depositou ao seu lado
Era uma espada bem trabalhada,
Bela, bem afiada e curiosamente trazia uma aura leve
Mesmo tendo ceifado tantas vidas de tantos tipos
De criatura
Naquele momento o céu estava azul com nuvens brancas
Ele virou a cabeça e admirava os crisântemos
Dedicava a meditação observando a beleza do jardim
A brancura das pétalas do crisântemo
O som da água, onde um par de carpas nadava
Sem preocupação
Seus sentidos se dedicavam à total contemplação
Mesmo assim, ele ouviu quando alguém chegou em
Silêncio
Alguém angustiado, poluía o ambiente com sua tensão
Isso não perturbou a paz do homem
"Quando enfrento um adversário não tenho medo nem ódio ou vontade de ceifar uma vida. Enfrento a vida com a vida. O que tenho medo é de deixar de observar, cheirar e escutar as belezas desse mundo. Aquela abelha ali, voa alheia das forças que a podem matar. Só lhe interessa viver e seguir com seu trabalho."
Ao ouvir isso, o jovem que havia entrado na sala
Tomou consciência do jardim e da calmaria que
Reinava
Ele então se virou para o jardim e o contemplou
E naquele momento a paz invadiu seu peito...
Ele finalmente se encontrara
Wesley Rezende