A CAÇADA CONTINUA

Bem-vindo de volta à jornada de Sidney Frank Silveira, um homem marcado pela dor, pela perda e por um desejo implacável de justiça.

Desde o trágico assassinato de seu pai e sua irmã, Sidney tem percorrido um caminho solitário, guiado apenas pelas pistas deixadas pelo assassino. Cada cidade, cada pessoa que cruza seu caminho, representa mais um capítulo nessa busca implacável.

Sidney já enfrentou desafios que testaram tanto sua força física quanto sua resistência emocional.

Recentemente, em uma perseguição desesperada, ele se viu cara a cara com o homem que destruiu sua família.

Mas o destino, sempre cruel, interveio, e um acidente quase tirou sua vida e destruiu seu querido Ford Maverick 1970, o último laço com seu passado.

Enquanto Sidney lutava pela vida em um leito de hospital, sua aliada, Isabela, a investigadora paranormal, esteve ao seu lado, oferecendo suporte e uma amizade que aos poucos se tornou mais profunda.

Agora, após acordar do coma e encarar a destruição de seu carro, Sidney está mais determinado do que nunca a continuar sua busca.

O caminho à frente será difícil, mas ele não está sozinho.

Prepare-se para acompanhar mais uma emocionante aventura, onde o passado se mistura ao presente, e cada escolha pode trazer Sidney mais perto de sua vingança – ou afastá-lo ainda mais dela...

...A história continua, e o fim ainda está longe de ser escrito.

A CAÇADA CONTINUA

Um conto por Sidnei Nascimento

A luz suave da manhã atravessava as cortinas do quarto, criando sombras delicadas nas paredes brancas. Sidney piscou os olhos lentamente, a mente ainda nebulosa, como se estivesse emergindo de um sonho longo e pesado.

O som distante de passos e o leve zumbido dos aparelhos ao seu redor pareciam flutuar à beira de sua consciência.

Ele sentiu a textura áspera dos lençóis contra a pele e notou um peso familiar em sua mão direita.

Ao virar a cabeça, viu Isabela sentada ao lado de sua cama, com os olhos inchados de preocupação, mas agora cheios de alívio ao perceber que ele estava acordando.

- "Sidney... você está acordado".

a voz dela era suave, quase como um sussurro, carregada de emoções contidas.

Sidney tentou falar, mas a garganta estava seca, e as palavras saíram roucas e fracas.

- "Isabela... o que aconteceu?"

Ela apertou sua mão, sentindo uma onda de alívio atravessar seu corpo.

- "Você sofreu um acidente, Sidney. Estava em coma, mas agora está tudo bem. Você saiu da UTI ontem."

Ele fechou os olhos por um instante, deixando as palavras de Isabela se assentarem.

Sua mente vagava, buscando lembrar-se dos momentos antes do acidente.

A perseguição... o homem... tudo voltava lentamente como peças de um quebra-cabeça se encaixando.

- "Eu estava tão perto," Sidney murmurou, a frustração transparecendo em sua voz.

- "Eu quase o peguei... o homem que matou meu pai e minha irmã... ele estava lá, na minha frente."

Isabela inclinou-se um pouco mais perto, tocando suavemente o rosto dele.

- "Você fez o que pôde, Sidney. Não foi culpa sua. Estava tentando acertar as coisas, mas o destino... às vezes, ele interfere de maneiras que não podemos controlar."

Ele respirou fundo, sentindo a dor da perda e a impotência esmagadora o atingir.

- "Eu não posso deixar isso assim, Isabela. Eu estava tão perto. Agora, ele sabe que estou atrás dele."

- "Vamos dar um passo de cada vez," ela disse, tentando confortá-lo.

- "Primeiro, você precisa se recuperar. A perseguição ainda não acabou, mas você precisa estar forte para continuar."

Sidney olhou para ela, seus olhos carregados de determinação, apesar da fraqueza que ainda sentia.

- "Eu não vou desistir, Isabela. Não enquanto ele estiver solto."

Isabela assentiu, sabendo que nenhuma palavra poderia dissuadi-lo.

- "Eu sei. E estarei aqui para te ajudar, em cada passo."

A tensão no ar diminuiu um pouco, e Sidney, mesmo exausto, sentiu uma pequena centelha de esperança. Talvez ele tenha perdido essa batalha, mas a guerra ainda não tinha terminado.

A manhã seguinte chegou envolta em um clima tranquilo, contrastando com a tempestade interna que Sidney enfrentava.

O hospital, com seus corredores frios e cheios de odores de antissépticos, era um cenário do qual ele estava ansioso para se afastar.

Ao lado de Sidney, Isabela mantinha um olhar vigilante, pronta para oferecer apoio a qualquer momento.

Ele usava uma muleta, com o peso do corpo desigualmente distribuído, uma prova das lesões que ainda o afetavam.

Seu rosto estava marcado por curativos, um lembrete físico da brutalidade do acidente que quase lhe custou a vida.

Com cada passo hesitante que dava, Sidney sentia a dor latejar em suas pernas e costelas.

Apoiava-se tanto na muleta quanto em Isabela, que caminhava ao seu lado com firmeza e cuidado. Cada movimento exigia um esforço monumental, mas a determinação em seus olhos superava o desconforto.

Atravessando as portas do hospital, a luz do sol da manhã banhou-os, oferecendo uma sensação de renascimento, apesar da dor física que Sidney carregava.

O ar fresco encheu seus pulmões, proporcionando um alívio temporário das recordações sufocantes da perseguição e do acidente.

Sidney parou por um momento na calçada, respirando fundo, tentando ajustar-se à nova realidade. As feridas ainda estavam abertas, tanto no corpo quanto na alma, mas havia algo no ar daquela manhã que trazia uma esperança silenciosa.

Isabela, sentindo a tensão nos músculos de Sidney, apertou gentilmente seu braço.

- "Vamos com calma, Sidney. Um passo de cada vez."

Ele a olhou, os olhos refletindo tanto a dor quanto a gratidão.

- "Eu vou ficar bem," ele murmurou, embora ambos soubessem que a recuperação seria longa – e não apenas fisicamente.

Apoiado por Isabela e pela muleta, Sidney deu os primeiros passos para fora do hospital, cada movimento, uma afirmação de sua resiliência e vontade de continuar.

A estrada à frente era incerta, mas naquele momento, sob o sol da manhã, ele sabia que não estava sozinho.

Um táxi parou em frente ao ferro-velho, e Sidney sentiu um peso crescer em seu peito antes mesmo de sair do carro.

A visão do Maverick 1970, agora apenas uma sombra do que fora, estava à vista.

A lataria amassada, o para-brisa estilhaçado, e a carroceria retorcida contavam a história de um acidente que quase o tirou da estrada e da vida.

Sidney desceu do táxi com dificuldade, apoiando-se na muleta, e Isabela permaneceu ao seu lado, percebendo o turbilhão de emoções que passava pelo rosto dele.

A cada passo que o aproximava do carro, a dor física em suas pernas parecia se intensificar, como se estivesse refletindo a dor que crescia em seu coração.

Finalmente, ele parou diante do Maverick destruído. O carro que carregava tantas memórias, tantas jornadas, agora estava irreconhecível.

A expressão de Sidney era uma mistura de choque e tristeza, como se a perda do carro fosse mais um golpe nas feridas ainda abertas pela morte de seu pai e irmã.

Ele passou a mão pelo capô amassado, sentindo a superfície fria e áspera sob seus dedos. Era difícil acreditar que aquele veículo, que o havia acompanhado em tantas perseguições e viagens, estava reduzido a isso.

- "O desgraçado...,"

Sidney murmurou entre dentes, a voz embargada de frustração.

- "Ele não apenas tirou meu pai e minha irmã de mim... agora tirou também isso."

Isabela se aproximou, tocando levemente o braço de Sidney.

- "Eu sei que isso dói, Sidney. É mais uma coisa que ele tirou de você. Mas não podemos deixar que isso nos pare."

Ele continuou olhando para o carro, tentando manter a raiva e a tristeza sob controle. Para ele, o Maverick não era apenas um carro; era uma parte da sua vida, uma conexão com seu passado, com quem ele era antes de tudo desmoronar.

- "Eu vou pegá-lo, Isabela," ele disse, a voz grave, mas cheia de determinação.

- "Ele vai pagar por tudo."

Ela assentiu, sabendo que, apesar da dor, Sidney ainda tinha uma chama dentro dele que nada poderia apagar.

- "Vamos consertar o que for possível, Sidney. E o que não puder ser consertado... bem, vamos encontrar uma nova maneira de seguir em frente."

Sidney respirou fundo, dando um último olhar ao carro antes de se virar para Isabela. Ele sabia que a estrada à frente seria ainda mais difícil sem o Maverick, mas também sabia que não poderia desistir. Havia uma dívida que precisava ser paga, e ele estava mais determinado do que nunca a fazê-lo.

Juntos, eles se afastaram do ferro-velho, deixando para trás o que restava do carro, mas levando consigo a determinação de que essa história ainda estava longe de terminar.

Sidnei Nascimento
Enviado por Sidnei Nascimento em 01/09/2024
Código do texto: T8141780
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