Um mal-entendido

Era um dia de má sorte para José que tinha acabado de ser demitido sem justa causa depois de ter trabalhado durante anos e anos num serviço que ele adorava e sua vida era aquele seu trabalho na metalúrgica como auxiliar de escritório.

José era um nordestino,simples,mas,trabalhador,arretado e porreta,que só ele, assim como diziam seus amigos de trabalho,mas,agora,eles eram seus ex-amigos de labuta,pois,José encontrava-se desempregado,desde então.

E como ele costumava a dizer,eu agora não tenho mais nada a perder,de cabeça quente como ele estava,ele viu o cartaz de uma vidente e José disse consigo mesmo,vou ver qual é a dela,será que ela adivinha o meu futuro,vamos ver,se tem algo bom para o meu futuro!

Ele subiu a escada de uma casa,cuja porta estava aberta e assim que entrou se deparou num ambiente escuro e sombrio à luz de velas.

Pois não? Em que posso ajudá-lo? Perguntou a vidente sentada à uma mesa onde,nela tinha uma bola de cristal.

José lhe falou: Eu gostaria de saber o meu futuro!

Ela lhe respondeu: É pra já! Sente-se! Ela mexendo na bola de cristal que à medida que deslizava suas mãos nela,surgia-lhe umas imagens retorcidas e embaçadas que só ela conseguia identificar menos o José que ingênuo e inocente,só esperava o resultado de sua visão para ver quanto lhe pagaria por isso.

Ela lhe disse a vidente,eu vejo um carro em sua frente com um alto-falante com alguém lhe chamando com um insulto repetidas vezes.

Só não sei qual será esse o seu insulto,a sua ofensa.

Só isso que você vê? Ele lhe perguntou!

A vidente lhe respondeu: Só isso mesmo!

E quanto,eu lhe devo por isso? 100 reais e a próxima visão,fica por conta da casa.

José,agradeceu e logo foi embora,voltando pelo mesmo lugar de onde entrou,descendo a escada daquela casa.

Assim que ele saiu na calçada,passava bem ali em sua frente um carro com um alto-falante dizendo o seguinte: Pamonha,Pamonha,Pamonha!

E José que já estava com a cabeça quente mesmo,desempregado e que já tinha perdido 100 reais com uma vidente,cuja visão não lhe valeu para nada mesmo.

Ele parou ao lado do carro e disse ao homem que vendia seus doces de milho verde.

Então,o senhor está me chamando de pamonha é isso?

O outro,respondeu,está havendo um mal-entendido,eu estou vendendo pamonha que é diferente.

José não quis nem saber e logo,deu-lhe um soco na cara daquele pobre homem que acabou sendo vítima da ignorância dele.

E os transeuntes que viram aquela agressão que partiu de José,resolveram chamar os policiais que estavam logo ali na esquina para levá-lo à delegacia pelo crime de agressão física por motivo torpe.

E assim que José chegou na delegacia trazido pelos policiais,o delegado perguntou qual é o motivo da queixa dessa vez?

Agressão na rua! Doutor!

O delegado lhe perguntou: A quem você agrediu e por quê? Cidadão!

Eu agredi aquele cabra da peste,porque,segundo,a vidente que eu me consultei,a bola de cristal mostrou para ela que me disse que alguém iria me insultar,me ofender e foi o que aconteceu,assim que ele chamou-me de pamonha repetidas vezes,e eu que já estou de saco cheio da minha vida ,resolvi lhe dar uma sova para aprender a ter respeito por mim.

O doutor delegado,apenas,disse-lhe: Este é o caso mais idiota que eu já vi em toda minha carreira policial.

Soldado Peixoto,leve-o até à cela para que ele fique uma semana lá, quem sabe,assim,este, cidadão,qual é o seu nome mesmo? Meu filho! José!

Então, José,vamos ver,se,em 7 dias,no cárcere,você pensa melhor, você volte em si,porque,no momento,seus parafusos estão soltos,não posso lhe soltar agora,eu vou deixá-lo pensar um pouco sobre o que fez,inclusive,você não terá direito a nenhuma ligação para nenhum advogado e nem visita de nenhum parente ou amigo na minha delegacia,porque, aqui quem manda sou eu!

Agora,tirem esta criatura entojada de minha frente!

E assim,sucedeu aquele dia de José e esta história um tanto quanto cômica.

Autor: Wilhans Lima Mickosz

Wilhans Mickosz
Enviado por Wilhans Mickosz em 26/07/2024
Reeditado em 26/07/2024
Código do texto: T8115297
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