Metáforas cerzidas ao anoitecer... BVIW
Todas as manhãs, ainda deitado na cama ele olhava para o relógio que há anos estava na parede de tijolos, na parte caiada, e depois de levantar-se fazia os mesmos movimentos repetitivos e abria a janela, para ver o sol ou a chuva... Qual personagem misterioso, que desperta curiosidades; Braço direito recebeu o apelido, desde menino, e assim foi crescendo e de certa forma, sempre que podia ajudava quem o procurasse, ou quando observasse que alguém precisava de um braço, ou um abraço, qual um bem-vindo bálsamo.
Em sua solitude e devaneios cerzia metáforas, colhidas nas noites estreladas, qual silente Van Gogh... e as escrevia em um diário, àquele, com desbotada capa azul. A inspiração de Braço direito, num êxtase, envolvia seu braço esquerdo, e assim, ambos teciam letras e figuras geométricas: em sua lúcida loucura entrelaçavam à realidade aos sonhos-cristais em teias, qual rara e sonora ponte de orvalho, prelúdio, que uni dois corações, que mesmo distantes se amam...
.Tema: Braço direito