UM AMOR DE PLUS SIZE

Olá a todos meus leitorinhos e leitorinhas

Divulgo aqui os dois primeiros capítulos do meu mais novo romance, Um Amor de Plus Size, que foi um tremendo sucesso no Wattpad. Conta as aventuras de Gisele, uma plus size irreverente, carismática, muito engraçada e orgulhosa das suas curvas. Porém, quando um novo colega chega, o mundo de Gisele desaba. Motivo: ele não curte mulheres gordinhas.

Capítulo 1 - Apresentações

Devo me apresentar. Meu nome é Gisele, ou seja, Gi para os mais íntimos. Tenho 29 anos, sou secretária em uma destacada agência de publicidade. Solteiríssima, adoro uma festa. E, bem, não tenho papas na língua. Não tenho problemas com o espelho também. Há quem ache que eu preciso emagrecer, algo como uns bons 15 quilos. Mas quer saber? Nunca me preocupei com meus quilos em excesso. E, sim, se eu tenho vontade de comer um brigadeiro, ou dois, eu vou lá e como mesmo, sem crises de consciência. O fato de usar tamanho 46 não me incomoda. Ser fofinha nunca foi complicado para mim. Uso a roupa que eu quero, pois eu sou uma grande gostosa. E sempre namorei quem eu quis.

Até eu conhecer o Aírton. Alto, loiro, olhos verdes. Contratado pela agência, ele chegou chegando. Abalou todos os corações possíveis. Inclusive o meu. De repente, me vi mexida, louca de tesão e com muita vontade de beijar aquele deus grego. Só tinha um detalhe. Ele não estava nem aí para mim. O Aírton gostava de garotas magras.

Foi então que pirei e resolvi emagrecer. Por causa de um homem.

Capítulo 2 - O novo colega

Sabe aquele dia que tem tudo para ser igual aos outros? Depois de um final de semana divertidíssimo com minhas amigas Paloma e Roberta, estava na hora de encarar novamente o batente. Saltei da cama às 6 h e 30 min da manhã, tomei um banho relaxante e parti direto para a cozinha. Duvido que eu encontre alguém com mais apetite do que eu logo cedo. Meia hora mais tarde já estava dentro do carro encarando um trânsito do cão. Estava um pouco atrasada. Meu chefe é legal, o Doutor André. A questão é que, além de não ser doutor de coisa nenhuma, ele se acha o máximo. O Ser Supremo. E ai que eu chegasse depois dele no escritório.

A agência ocupa um prédio inteiro de cinco andares, numa zona nobre da cidade. Eu trabalho no último andar, na ante sala da diretoria. Naquela segunda-feira percebi uma agitação diferente quando entrei no prédio. Na recepção as meninas estavam alvoroçadas, mal cabendo em si nos seus uniformes sóbrios e bem apanhados. Quis perguntar o motivo de tantos risinhos, mas o elevador chegou primeiro. Parei no quinto andar, não sem antes conferir no espelho do elevador, o batom vermelho, o cabelo louro e a espinha infeliz que saiu no meu queixo, resultado da quantidade monstro de chocolate que comi durante todo o final de semana. Saí satisfeita com o que vi. Não seria uma espinha idiota que me derrubaria.

Avancei pelos corredores e estranhei não encontrar minhas colegas nos seus postos. Ué... muito esquisito. O mistério chegou ao fim quando me deparei com cinco delas amontoadas na sala da Virgínia. Todas excitadas, se cutucando, rindo, afetadas. Mas que tanto as mulheres daquela agência riam?

Não tive nem tempo de abrir a boca. Larguei a bolsa sobre a mesa da Virgínia e antes que eu formulasse a pergunta fatal, ela despejou uma torrente de tesão recolhido para cima de mim:

― Estamos de colega novo!

Grande novidade. Sempre tinha alguém entrando ou saindo da agência. Era só o Doutor André implicar e...

― Você precisa ver, Gi! ‒ Cássia estava com os olhos vidrados, quase babando na minha frente.

― Será que vocês podem me contar o que está acontecendo? Já estou com urticária!

― Aírton! O nome dele é Aírton! – Bárbara, nossa colega mais discreta e praticamente uma virgem, mal podia se conter. ― Ele é fe-no-me-nal!

― Cadê ele? – olhei para os lados. Me senti uma leoa farejando sua presa. Era demais para que eu pudesse aguentar.

― Está no gabinete do Doutor André. Chegaram cedo, juntos, e se trancaram lá dentro. Ele vai ficar no lugar do Silva.

Silva era o ex–assessor do Doutor André. Foi demitido por justa causa após passar uma cantada mal feita na esposa do chefe.

― Meninas, vou para meu posto – peguei a bolsa de volta rapidinho, ansiosa para ir à minha sala. Precisava ficar de prontidão para quando o tal do Aírton saísse do gabinete. ― Depois eu conto as novidades para vocês.

Será que o cara era tão bonito assim mesmo? Ou aquele bando de encalhadas estava fazendo uma tempestade num copo d’água? Parecia até que nunca haviam visto um homem bonito na vida. Comecei a achar que não era aquilo tudo. Cheguei na minha sala, liguei o computador e apurei os ouvidos.

Escutei vozes, embora não pudesse distinguir uma frase inteira. O som estava abafado. Sentei na minha cadeira, atenta. Para disfarçar, peguei um relatório e fingi estar analisando-o, sem enxergar absolutamente nada do que estava escrito na minha frente. Levantei os olhos e dei de cara com a Cássia na porta fazendo um gesto desesperado perguntando pelo colega novo. Levantei o dedo do meio em resposta. De repente, escutei uma gargalhada, daquelas que dão vontade de rir junto. Eu já estava quase gargalhando também quando subitamente a porta do Gabinete do Doutor André se abriu.

Meu mundo nunca mais foi o mesmo.

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Patrícia da Fonseca
Enviado por Patrícia da Fonseca em 07/07/2024
Código do texto: T8101842
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