R.E.E.N.C.O.N.T.R.O

Martins tinha acabado de desembarcar na estação ferroviária de Porto Alegre, estava atrasado para o trabalho, o 🚆 trem deu problema no percurso, demorou quase uma hora para o defeito ser consertado, ninguém podia sair dos vagões. Mas enfim estava pronto para correr para a repartição, já imaginava a bronca que seu chefe iria lhe dar. Sua cabeça comportava essa informação, mas seus olhos estavam atentos para uma figura que julgou conhecer. Melhor dizendo, reconhecer. Era Ondina, aquela garota que estudou na mesma classe sua quando faziam o ginasial. Aproximou-se, estava certo, era ela. Rio sozinho sem se preocupar com o que pensariam. Mas o ruge ruge o atrapalhou e ele perdeu ela de vista.

- Que merda! - falou alto.

Estava tão atordoado e decepcionado no meio daquela multidão de passageiros que, sem perceber, esbarrou exatamente nela. Que alívio Martins sentiu! Seus olhares se encontraram e ela também o reconheceu. Ficaram ali feito dois bobos, um olhando para o outro como se estivessem paralisados. Enfim ela tomou a decisão e abraçou o antigo amigo falando seu nome. Martins jogou fora a preocupação com o chefe e passou alguns minutos conversando com Ondina, relembraram os tempos passados quando se divertiam com brincadeiras em plena sala de aula. Sorriram bastante. O papo iria se prolongar com certeza e ele não iria perder essa oportunidade de tentar algo para, pelo menos, se aproximar mais daquela que ainda considerava a 👧 garota dos seus sonhos de adolescente e que nunca teve chance (ou coragem) de se revelar. Mas agora era diferente, iria analisar a situação e falou firme:

- Vai um café com sanduíche?

Essa foi a pergunta decisiva que fez para Ondina quando a encontrou na estação ferroviária e para sair também daquele amontoado de gente.

Saíram dali e Ondina acomodou o traseiro em um banquinho de uma lanchonete que ficava nas imediações. Martins foi direto no assunto que era do seu interesse, afinal Ondina ainda era uma bela mulher, mesmo já tendo se passado cerca de uns trinta anos, estava bem conservada, perguntou se estava casada, ao que ela respondeu:

- Martins, estou viúva, tenho dois filhos e quatro netos. No momento não penso em mais ninguém.

Martins esfriou com essa resposta, mas não desistiu, já que ele também estava viúvo e pensando em formar uma nova família. Ondina, depois do lanche, disse que ia embora e que outro dia se encontrariam, mas ele segurou firme sua mão e lhe falou o que deveria ter falado naquele tempo do ginásio. Os olhos dela pareciam dizer que não queria ir embora e que aquele reencontro tinha sido muito bom. Levado pela emoção Martins abraçou-a e beijou seus lábios com suavidade sendo correspondido. Olhou o relógio, estava atrasadíssimo, precisava ir trabalhar, mas aquele momento era importantíssimo para ele e uma bronquinha do chefe não iria tirar o seu entusiasmo por Ondina.

Chegou ao trabalho e por sorte seu chefe não tinha chegado ainda e os colegas quebraram seu galho. Tinha acertado com a mulher desejada que iria encontrá-la logo mais a noite. Foi um reencontro da forma como ele esperava, saiu do trabalho e foi direto para a casa de Ondina, onde jantou e tomou um bom vinho. Nem foi para sua casa, ali mesmo dormiu e fez amor com Ondina, que morava sozinha, prometendo ajustarem suas vidas.

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Conto dedicado a colega Ondina Martins.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 22/06/2024
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