PRISIONEIROS DO LAR

As vezes tenho vontade de sair, e mostrar para a minha família, como é bela a vida lá fora. Mais eis que o medo invade a minha mente e desisto. E ele, tão pequeno, tão maravilhoso, tão lindo e ingênuo me pergunta. Porquê papai?

Então, explico-lhe:

A violência generalizada desta cidade, não nos permite que andemos por seus encantos, sem corremos o risco de que algo de ruim nos aconteça; não há segurança para que possamos andar livres e observadores a tudo de belo. São tiroteios, entre policiais e bandidos, bandidos contra bandidos, milicianos contra policiais e bandidos enfim, o que nos sobra, são balas sem destino para todos os lados, as praças estão loteadas em cômodos, para abrigar, (indigentes, pedintes, alcoólatras, cracudos, crianças carentes), que nos enfrentam com austeridade e desrespeito quando uma negativa lhe é dada.

As vezes somos abordados por ladrões vestidos de policiais e vice versa, a vida lá fora é hoje uma sobrevivência, nem todos estão preparados para enfrentar a covardia, a desigualdade, e a falta de humanidade, que está instalada por todo país.

Não existe uma segurança adequada, as ruas estão loteadas, por, traficantes, ladrões, atravessadores, policiais corruptos e toda sorte de mau elementos e outros repteis da sociedade obscura e decadente das grandes cidades.

Por isso, meu filho, hoje a sua liberdade está praticamente condicionada a este apartamento, no qual estamos aparente - mente mais protegidos, pois com certeza ainda corremos riscos, e não sei responder-lhe, de que lado esta a justiça, da nossa com certeza não é.

O que sei de verdade, é que hoje, eu, como trabalhador e chefe de família, sou um prisioneiro do lar.

Alexandre Veiga
Enviado por Alexandre Veiga em 09/05/2024
Reeditado em 09/05/2024
Código do texto: T8059647
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