Ela, Terra. Ele, Ar.

Ela, Terra.

Ele, Ar.

Antes da criação de tudo, antes mesmo de Deus entrar em cena, o universo fazia composições a flor de sua existência. Essas composições eram compostas de melodias e de letras aleatórias, e, até mesmo de rabiscos que hoje chamamos de design.

Essas melodias eram sempre acompanhadas de um conjunto de letras que formavam palavras, que por sua vez, formavam nomes entre outros. O universo era pioneiro nestas formulações, detinha uma mente criativa, um dom de fazer dançar o mais escuro dos vazios.

Um dia, se posso dizer assim, já que não tinha essa denominação, o universo se viu só, mesmo estando rodeados de letras sem sentido algum, pensou:

- E se eu acomodar essas letras de forma a dar sentido ao nada...

No mesmo impulso do pensar, ele mexeu sua vasta mão pegando letra que achava suficiente para dar início ao projeto. Após juntar as letras de A a Z, balançou seus braços inexistente e criou um limite entre o nada e o vazio, percebendo que fizera uma linha. Então, pegou as letras e começou a mexer, sacudia daqui, embaralhava dali, juntava uma com a outra, separando as vogais das consoantes, ou, consoantes com as vogais, foi ai que percebeu que as letras juntas davam mais sentido, e, nesse descobrir, foi inventando as palavras conexas.

Pegou então a letra "T" depois a "R" em seguida a letra "A" formando a palavra "TRA" mesmo assim, ainda não dava sentido. Pegou mais uma letra a "E" e nada. Num impulso como uma criança curiosa resolveu duplicar o "R". Com isso colocou-os na seguinte ordem:

"T" "E" "R" "R" "A".

Terra, neste dia Ela nasceu.

Feliz com sua crianção, olhando para o vazio, ainda aproveitando o nome feito, retirou as três primeiras letras invertendo deixando a seguinte palavra:

"A" "R"

Ar, neste dia extraído da terra, Ele nasceu.

Vendo que criara dois possíveis seres os chamou-os de elementos, a esses elementos deu-lhes um dos seus dons, sendo possível neste caso ser passado um para o outro dependendo da inspiração ao qual sentira.

Para a Terra ele deu o dom da narração e a escrita.

Para o Ar ele deu o dom da escrita e do design.

Estes novos seres se aproximaram sem sentir que estavam sentindo uma vontade de expor suas composições. Sendo Ela fruto do universo tinha uma emoção voltada para o amor, a poesia, e, a necessidade de ser vista. Sendo Ele fruto do primeiro fruto do universo, tinha a capacidade de inventar histórias, criar devaneios só em ouvi-la, e, a capacidade de envolver com suas criações.

O universo vendo a beleza de ambos, tratou de ofertar tal encanto ao mundo, com suas melodias divinas, com a voz suave e contagiante dela, sem esquecer do toque dele em seus design, dai nasceu um canal cuja As Palavras Ganharam Vidas.

Na vida tudo tem um por acaso, se acaso o universo com suas mãos deixar acontecer.

Aconteceu.

Nas madrugadas, o Ar passa rasteiro alisando a terra, que, por sua vez, lança em forma de poeira toda suas narrações aos braços do Ar, que, ao pegar, à ouve nas madrugadas frias dando-lhe temas para usar em suas escritas vazias.

Podemos dizer ser um amor?

Talvez, mas, não como um amor humano, e sim, com toda certeza um amor universal.

Texto: Ela, Terra. Ele, Ar.

Autor: Osvaldo Rocha Jr.

Data: 07/04/2024 às 20:46

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 07/05/2024
Reeditado em 07/05/2024
Código do texto: T8058476
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