A sorte do Zé
O José Maria sempre foi um Zé ninguém.
Cresceu franzino e meio torto.
Nem no peito mamou. Na escola não rendeu.
Mas a mãe sempre dizia: menino sortudo é o meu Zé.
Depois que a mãe se foi pro céu, entristeceu.
Do armazém do seu Libório virou freguês.
Sentava na porta esperando trocados.
Um dia, dizem que a luz do Zé se alumiou.
O bandido assaltador, no pé do Zé tropeçou.
Logo, o Zé virou herói.
Saiu até no jornal da teve.
Ganhou proposta de artista.
O Zé foi pra capital.
Deram um tapa no visual.
Virou inté capa de revista.
Hoje o Zé não é mais Zé.
Esteve nos estrangeiros.
Ganhou muito dinheiro.
Na cidade se comenta.
Mas que sorte teve o Zé!