DESILUSÃO NÃO MATA, ENSINA A VIVER – (Um conto quase real)
O filósofo alemão Friedrich Nietzsche afirmou que “aquilo que não nos mata, nos torna mais fortes”. A avó materna de Natasha traduziu o pensamento do filósofo e costumava repetir a sentença, de uma maneira muito particular. Para ela, aquilo que não mata, certamente engorda. A reflexão de Nietzsche também ganhou versão diferenciada no discurso de uma antiga professora, cuja afirmação era a de que o sofrimento nos fortifica.
Fica claro, portanto, que cada um cultiva seu próprio pensamento filosófico e com Natasha não é diferente. Logo, ela costuma afirmar que as decepções, perdas e desilusões vividas ao longo da sua existência contribuíram para torná-la mais forte, corajosa, valente e destemida. As desilusões sofridas a ensinam a viver, porque o sofrimento criou nela, uma carapaça semelhante a um escudo, que a protege contra os ferimentos mais profundos.
Nesses últimos tempos, porém, ela afirma perceber que o passando se mostra muito presente em meus pensamentos, fato mais do que natural na vida dela, por ser do signo de Sereia. Mas ela consegue reviver algumas situações de seu passado, como lições importantes para futuros acertos. Assim, ela tem revivido alguns momentos que ficaram registrados de maneira especial no HD da sua memória e percebe que as alegrias vivenciadas são fugazes e tão raras, diferentemente das tristezas e decepções, que ocorrem com maior frequência em nossas vidas.
Natasha afirma desconhecer uma alegria que tenha durado por 24 horas, na vida de qualquer pessoa. Enquanto isso, uma tristeza ou uma desilusão é capaz de acompanhar um ser humano por toda uma vida. Tristezas e similares são para ela, lições das quais jamais se esquece.
Das alegrias guardadas dentro do coração, ela registrou momentos como a aprovação no Vestibular para o curso de Publicidade e Propaganda, e a respectiva formatura. Já atuando na área, destaca a alegria pela conquista de vários prêmios, como reconhecimento pelo seu trabalho. Depois, o nascimento do seu primeiro sobrinho e a possibilidade de acompanhar todo o seu desenvolvimento. Ela também destaca a festa de formatura do rapaz, cuja lembrança a enche de alegria.
Natasha afirma não ter a pretensão de diminuir o valor dos momentos alegres e felizes, mas os considera demasiadamente escassos, levando-se em conta a quantidade de anos que se vive para desfrutar de poucos momentos alegres. Já com as tristezas e as desilusões, tudo é diferente e estas jamais são esquecidas.
Tristezas e desilusões mais parecem uma tatuagem, que fica marcada para sempre dentro do coração, principalmente quando se trata de uma desilusão amorosa. À medida em que ela começa a descer a ladeira da sua existência, percebe que o número de decepções vividas, é infinitamente maior do que o número de alegrias que já viveu.
Durante muito tempo ela se perguntava as razões pelas quais passava por tantos sofrimentos. A resposta veio fácil, quando ela estava no quarto ano do curso de História das Civilizações: Foi naquele momento em que ela descobriu o que precisava saber: para ser feliz, ela não precisa de nada e nem de ninguém. A felicidade está dentro de cada ser humano. Logo, ninguém precisa de outro para ser feliz.
Natasha também descobriu duas coisas maravilhosas: a primeira é que ela não precisa de ninguém para ser feliz. A segunda, é que aquilo que não mata, torna-nos mais fortalecidos. Uma desilusão não mata, ensina a viver. Portanto, ela assegura que as decepções, desilusões e desalentos aos quais sobreviveu em toda a vida, a tornaram uma mulher mais forte e poderosa.