A GALINHA SORTUDA

No quintal viviam muitas galinhas caipiras

Dentre elas havia uma galinha bem diferente

Era uma galinha índia.

Suas penas planas de cor preto azulado brilhavam longe

De invejável porte caminhava serena porem bravia

Nem mesmo o galo do quintal peitava ela

Suas esporas meçavam cerca de 08 cm cada uma.

O avicultor estava enfadado

Pois esta andava depenando e ferindo as outras galinhas

Era um alvoroço o dia todo e a noite toda...

Uma certa manhã já fatigado, o avicultor levantou-se decidido em fazer ensopado de galinha com polenta para o almoço.

E foi aquele corre pra cá...

Escorrega pra lá...

Corre pra lá...

Escorrega pra cá...

O suor já encharcava a camiseta

E o sol ainda só estava nascendo!

E corre pra cá...

Escorrega pra lá...

Corre pra lá...

Escorrega pra cá...

E finalmente agarrou o avicultor, sua galinha índia!

Din! Dón! – Alarma a campainha

Era seu Geraldo, o pedreiro

Que já cedo veio sua obra iniciar!

O avicultor com a galinha em uma mão

E o machado em outra mão.

Tão deslumbrante, que lástima!

Seu Geraldo avistou de longe

E de longe berrou:

-Não a passe o facão,

Eu pago o dobro por esta galinha !!!

E assim pactuaram.

Más que galinha sortuda!

Mal havia chegado com as ferramentas entre os braços

Já ia-se voltando, agora com a galinha entre os braços.

É que morava bem ali do outro lado da rua.

A galinha seria de presente para seus filhos

Certamente ficariam muito contentes.

Mais que depressa deram-lhe um nome

“Starry”.

E abraça a galinha...

Toma cá, dá lá...

Coloca para dormir no colo...

Comidinha na palminha da mão...

Cafuné na crista...

E assim já estava polida!

Aprazível de se ver!

Certa vez, Starry andava sumida

Só aparecia subitamente e já se ia celeremente

Tinha as penas arrepiadas

E o cacarejar ameaçador

Não se deixava ser tocada nem um só momento

Já se iam mais de 20 dias nestas condições.

As crianças ficaram tristes e incomodaram o pai com a situação.

Seu Geraldo sabia bem o que poderia estar acontecendo...

Vasculhou pelo quintal a procura de um misterioso ninho...

Bem ali estava...

No oco de uma árvore!!!

“Como choca a galinha os ovos se no quintal não tem galo???”

Seu Geraldo coçou a cabeça e se retirou.

Minutos depois retornou com uma caixa abarrotada de pintinhos recém chocados.

De tocaia aproveitou o momento certo

Starry saiu à procura de alimentos...

Pé por pé

Imperceptível

Recolhe os 10 ovos chocos que estavam no misterioso ninho

Substituindo-os pelos 10 pintinhos da caixa.

Ao retornar, Starry intricada

mas contente

Agora com sua ninhada “piante”

Era sem dúvida

A galinha mais sortuda!