A Menina que Estendeu as Horas.

Conta a lenda de um vilarejo nas montanhas do sul cujo o tempo era limitado. O sol acordava às 05:39 e dormia às 17:40 dando lugar a lua e seu esplendoroso anoitecer. Nada se ouvia durante o despertar nem mesmo o som agudo do descansar, ali, não muito distante do vilarejo havia uma cabana festejando o nascimento de uma menina. Balões, fogos, fogueiras, enfeitavam o crepúsculo daquele dia, seus pais bebiam, cantarolavam, e, reverenciavam a deusa Hera.

Neste momento o sol veio sondar tal nascimento, como presente, trouxe o calor de um final de dia aquecendo a alma da linda menina, trouxe o clarear de uma mente juvenil, e, para encerrar sua visita, cedeu a criança um brilho dourado nos teus olhos castanhos.

Toda vila ficou em silêncio entre a passagem do sol.

De repente a noite apareceu sorrateira afim de conhecer aquela criança, com ela, veio com seu magnífico véu, a lua, esta entrou em cena às 18:10, afoita e meticulosamente atrevida como quem busca resposta para as demais perguntas, para, olha, e, sorri. Chegou mais perto, causando alvoroço nas marés à beira da enseada, como presente, ofereceu a beleza vista em seu rosto, deu um sorriso que encantava qualquer poeta, então, num momento de ousadia deu-lhe um nome:

Djanira.

(Aquela que queima os homens.)

Despindo-se de elegância, a lua se vai, o tempo passou e aquela menina cresceu, inflamando corações com seu jeito único de ser, homens enfrentaram bestas em nome desse nome, outros, cantaram a lua só para ter um breve relance daquela face, e, uns poucos, reverenciavam o sol apenas para estar na íris do seu olhar.

E, foi assim que a lenda tornou-se verdade...

Cientistas não souberam explicar, teólogos desconhecia tal magnitude, e, pessoas comuns apenas sabem que, num determinado momento de toda nossa história uma menina estendeu o dia em 25 horas...

Texto: A Menina que Estendeu as Horas.

Autor: Osvaldo Rocha Jr.

Data: 27/03/2024 às 18:21